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'Querem me botar estrela vermelha', diz Kalil, candidato em BH

Amira Hissa - 16.set.16/Divulgação
Alexandre Kalil (PHS) em campanha no bairro Barro Preto, em Belo Horizonte
Alexandre Kalil (PHS), ao centro, em campanha no bairro Barro Preto, em Belo Horizonte

Com 20 segundos de campanha de TV e uma coligação de três partidos pequenos, o empresário Alexandre Kalil (PHS) ficou em segundo lugar na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, com 26% dos votos. Ex-presidente do Atlético-MG, enfrentará no segundo turno deputado tucano João Leite, que foi goleiro do clube nos anos 1970 e 80.

Kalil afirma que não é político e que não terá cacique pedindo voto para ele na televisão. O empresário reclama que os adversários têm dito que ele é aliado do PT, que comanda o governo do Estado. Ele nega e afirma que os petistas só querem que um tucano não vá para a prefeitura. "Você acha que eles [os petistas] vão apertar 45?", disse, em referência ao número do PSDB.

Aliados têm dito, reservadamente, que no segundo turno o ex-ministro do governo Lula e empresário Walfrido dos Mares Guia contribuirá com a campanha. Kalil nega. Já Walfrido afirma, por meio da assessoria, que foi sondado, mas por conta do trabalho em suas empresas, declinou do convite.

*

Folha - Se o senhor ganhar as eleições, como vai ser o primeiro dia de político?
Alexandre Kalil - Eu vou virar prefeito e vou fazer a nova política, que já teve antigamente. Vou introduzir na Prefeitura de Belo Horizonte a nova política de fazer a maioria com proposta. Já estamos conversando com vereadores e não vai ter o "toma lá, dá cá" não.

O senhor já foi filiado ao PSB e ao PSDB. Não é político, mas tinha a intenção?
Eu não tenho nojo de política, eu tenho nojo da politicagem que está sendo feita. O problema é que estão generalizando e querendo pegar nesse assunto como se tivesse alguma importância, enquanto o povo está jogado na cidade mais abandonada desse país.

Mas não é o tema principal da sua campanha?
Não, o tema principal da minha campanha é fazer Belo Horizonte funcionar.

O seu slogan é "chega de político".
É chega desses políticos que estão aí, uai. Vocês não enjoaram disso aí não?

O senhor vai passar de 20 segundos para cinco minutos de TV e vai enfrentar estruturas partidárias grandes, como o PSDB e [parte do] PMDB. Como tem tentado conseguir financiamento?
Eu estou tentando financiamento com amigos que tenho a vida inteira. Mas não vi estrutura partidária grande...

O PSDB e o PMDB têm um fundo partidário maior.
Mas eu não vi entrar fundo grande entrar em lugar nenhum ainda não. Nós estamos com muita tranquilidade porque a televisão vai nos poder mostrar propostas. Nós enfrentamos todos eles no primeiro turno e saímos atrás com 6% e alguma coisa do segundo colocado. O povo entendeu que isso já era.

Qual é a participação do Walfrido dos Mares Guia na campanha?
Isso é uma invenção. Lamentavelmente eu não posso ter em minha campanha um homem do gabarito do Walfrido. O coordenador da minha campanha é o Paulo Lamac (Rede). Ele [Mares Guia] nunca botou o pé no meu comitê. Eu conheço ele da época em que ele era vice do Eduardo Azeredo (ex-governador do PSDB). [Os adversários] Querem botar até estrela vermelha no meu peito, dizer que sou do PT...

O senhor disse que o apoio do PT viria naturalmente no segundo turno.
Sim. É natural. Não é por minha causa não, é por causa do 45 [número do PSDB]. Você acha que eles vão apertar 45?

João Doria (PSDB) ganhou em São Paulo dizendo também que é um empresário, e não político, mas usou o governador Geraldo Alckmin na campanha. Algum político vai pedir voto para você no segundo turno?
Não vai porque eu não quero. Eu não usei, nem vou usar. [Só vão pedir votos] Os vereadores eleitos. Sabe o que eu acho? Cacique não dá voto no Brasil. Ninguém transfere voto. O que transfere voto é proposta.

Os adversários têm dito muito que o senhor diz que "vai botar as coisas para funcionar", mas não diz como.
Com 20 segundos não dava nem para falar meu nome. Agora tem uma equipe de governo trabalhando e vamos mostrar as propostas.

Em relação à Erkal [empresa do candidato que faliu em setembro]...
Essa é uma das minhas empresas, já que eu nunca fui político. Estranhamente, a seis dias da eleição, um cara com uma nota de R$ 23 mil resolveu pedir isso na Justiça.

O processo diz que é R$ 88 mil.
Que sejam R$ 88 mil. [Não enfrenta problemas assim] quem nunca passou por nada e não sabe como esse Brasil está. Quem tem um gabinete com 50 caras, é deputado federal ou estadual, vive em Brasília... Eu não [sou assim].

Mas como a empresa chegou nisso? A dívida é de 2007.
Nós estávamos negociando com todo mundo aos poucos. As negociações não tinham se esgotado. Nós oferecemos o dinheiro ao cara e ele estranhamente não queria receber.

Todos os outros candidatos atacaram sua candidatura por isso. Ela foi afetada?
O povo não cai mais nisso. Não afetou em nada.

O senhor sempre tentou distanciar a campanha do Atlético-MG, mas conta com ajuda de gente que está lá, inclusive do [vereador e presidente do clube] Daniel Nepomuceno. A campanha é totalmente desvinculada do clube?
Ele é meu amigo. O Nepomuceno é político, você sabe? Ele é vereador e saiu do partido [PPS].

Mas o senhor acha que para o belo-horizontino sua imagem é desvinculada completamente do Atlético?
Eu sou atleticano, mas eu saí do Atlético tem dois anos. Tem dois anos que eu não sou presidente do clube. Mas pelo tanto de cruzeirense que votou em mim, acredito que sim [está desvinculada].

João Leite está dizendo agora que "vem para o segundo tempo com mais ânimo que no primeiro". Como vem Alexandre Kalil?
Se preparando para fazer algo diferente. O João Leite [o PSDB, na verdade] passou oito anos na prefeitura de Belo Horizonte.

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