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Com Marchezan Jr., Porto Alegre será governada pelo PSDB pela primeira vez

Adriana Franciosi/Agência RBS
PORTO ALEGRE, RS, BRASIL, 02/10/2016. O candidato à prefeitura de Porto Alegre Nelson Marchezan (PSDB) disputará o segundo turno contra Sebastião Melo (PMDB). Após a contagem, Marchezan, que teve a melhor votação da capital gaúcha, falou à imprensa e comemorou o resultado com militantes e apoiadores. (Foto: Adriana Franciosi/Agência RBS) **RS E SC OUT** *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
Nelson Marchezan (PSDB) após votação do primeiro turno da eleição à Prefeitura de Porto Alegre

A capital gaúcha será administrada pelo PSDB pela primeira vez. O candidato tucano Nelson Marchezan Jr. conquistou 60,50% e seu adversário, o atual vice-prefeito, Sebastião Melo (PMDB) fez 39,50% dos votos válidos.

Foram 433.751 votos nulos, brancos e abstenções. O número é maior que os votos válidos recebidos por Marchezan Jr.: 402.165. Considerando somente a abstenção (277.521), o número é maior que o total de votos de Melo (262.601).

Marchezan Jr., 44, é deputado federal pelo segundo mandato. O prefeito eleito é filho de Nelson Marchezan (1938-20012), que também foi deputado federal e integrante do extinto partido Arena, ligado à ditadura militar. Nelson Marchezan Jr. é pai de Nelson Marchezan Neto, de oito anos, com Nadine Dubal, sua ex-mulher.

"Não fizemos composições de trocas, de oferta. Fizemos composição para mudarmos Porto Alegre", disse Marchezan sobre as alianças políticas. O PSDB ficou no governo por 11 anos e o PP, de seu vice, permanece ocupando cargos na atual gestão.

POLÍCIA FEDERAL

Durante a votação na capital, agentes da Polícia Federal estavam nos locais onde os dois candidatos votaram. A ordem para a PF acompanhar os candidatos foi dada pelo juiz Niwton Carpes da Silva para "organizar" a presença da imprensa. O juiz é o mesmo que proibiu a presença da imprensa durante o voto da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno.

A campanha do segundo turno foi turbulenta: os candidatos trocaram farpas em debates, um incêndio criminoso atingiu departamento municipal, um coordenador de campanha peemedebista foi encontrado morto e suposto ataque a tiros ao comitê tucano foi desmentido.

O Departamento de Esgotos Pluviais foi palco de um dos episódios que aumentaram a tensão da campanha. Na madrugada da segunda (17), um incêndio criminoso, segundo a polícia, queimou uma das salas do órgão.

No mesmo dia, integrantes da campanha de Marchezan registraram boletim de ocorrência relatando um ataque ao comitê do candidato, que teria sido alvo de 12 tiros e teve as vidraças quebradas.

Dez dias depois, porém, o PSDB relatou que o comitê não foi atacado. O vento forte e a chuva é que teriam rompido os vidros, e não tiros.

Também no dia 17, o assessor Plínio Zalewski foi achado morto no banheiro do diretório do PMDB. A polícia apura ameaças virtuais recebidas por ele durante a campanha.

VOTO NULO

Em Porto Alegre, eleitores fizeram vídeo com o jingle "Anula lá", paródia da música "Lula lá", que marcou a campanha presidencial de 1989.

O vídeo, que soma 214 mil visualizações desde 12 de outubro, quando foi publicado, mostra a insatisfação com os candidatos.

"É um [jingle] clássico, lendário. Mas levou muita gente a nos chamar de petista, não tem nada a ver. É só uma referência", conta Valmor Pedretti Jr. 37, um dos autores.

Para o cientista político Marcos Paulo dos Reis Quadros, do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), o voto nulo é reflexo do "desencanto generalizado com a política".

O promotor Rodrigo Zilio, coordenador do Gabinete de Assessoramento Eleitoral do Ministério Público gaúcho, diz que "o efeito [prático] do voto nulo é concordar com a maioria".

INTERIOR

Em Caxias do Sul, berço político do governador gaúcho José Ivo Sartori (PMDB), o candidato apoiado pelo governador não foi eleito. Edson Néspolo (PDT) perdeu para Daniel Guerra (PRB), que teve ampla vantagem. Guerra fez 62,79% dos votos contra 37,21% de Néspolo.

Além do apoio político de Sartori, Néspolo era apoiado por 21 partidos.

Em Santa Maria, o tucano Jorge Pozzobom venceu o petista Valdeci Oliveira por apenas 226 votos de diferença. Oliveira fez 49,92% dos votos contra 50,08% de Pozzobom.

Em Canoas, Luiz Carlos Busato (PTB) venceu a eleição com 51,25% dos votos contra Beth Colombo (PRB), que fez 48,75% dos votos. Busato é deputado federal no terceiro mandato; Beth é a atual vice-prefeita ao lado do prefeito petista Jairo Jorge.

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