Candidato foragido durante a campanha é derrotado em Montes Claros (MG)
O prefeito afastado de Montes Claros (norte de Minas), Ruy Muniz (PSB), que passou parte da campanha pela reeleição foragido da polícia, foi derrotado neste domingo (30) por Humberto Souto (PPS).
Souto obteve 123 mil votos (65%) e Muniz, 65 mil (35%). A candidatura de Muniz está judicializada, porque o vice na chapa renunciou, e aguardava decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Muniz foi considerado foragido no dia 15 de setembro, quando o Tribunal de Justiça de Minas Gerais expediu um mandado de prisão contra ele. No último dia 7, porém, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello concedeu decisão que impede a prisão.
Muniz ficou conhecido nacionalmente por ter sido preso um dia depois de sua mulher, a deputada federal Raquel Muniz (PSD), ter votado pela abertura de processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em abril.
Em seu voto, ela disse que tomava aquela decisão "para dizer que o Brasil tem jeito" e que "o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão".
A PF suspeita que ele inviabilizou o funcionamento de hospitais públicos e filantrópicos para beneficiar um hospital de sua família. Muniz nega as acusações.
Ele foi solto em julho e registrou a chapa para se reeleger, mas a Polícia Civil deflagrou outra operação, chamada Tolerância Zero, que apura suposta fraude na compra de combustível pela prefeitura da cidade.
O nome da operação faz referência a uma das marcas da gestão Muniz em Montes Claros, cujo slogan era "Tolerância Zero Contra a Corrupção".
Sua chapa foi cancelada por um juiz eleitoral após o candidato a vice-prefeito Danilo Narciso (PMDB) apresentar renúncia. Na ocasião, Narciso disse que agia "de acordo com princípios éticos e morais". A decisão foi mantida pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Estado.
Muniz recorreu ao TSE, mas o tribunal não tomou decisão antes do segundo turno e ele pôde concorrer. No primeiro turno ele recebeu 48 mil votos.
