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Como trabalhar melhor com a geração Z

Newsletter FolhaCarreiras explica características dos jovens e lista dicas para otimizar relações de trabalho

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São Paulo

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Você já deve ter lido que a geração Z não gosta de trabalhar, que são dependentes dos pais, insubordinados... São vários recortes tentando entender a relação dos jovens com o mercado de trabalho —e com a vida.

Fato é: conflitos geracionais sempre vão existir. Não é novidade que pessoas com vivências distintas pensem diferente.

Por isso, vamos entender melhor o que há de novo com os recém-chegados ao mercado de trabalho. Assim, fica mais fácil achar o caminho para uma convivência harmônica.

A imagem mostra um grupo de seis pessoas em uma reunião. Uma mulher com um suéter verde está de pé, falando e segurando um papel. Sentados à mesa, há uma mulher com um hijab, um homem jovem com uma camiseta branca, uma mulher idosa com cabelo grisalho, um homem de óculos e uma camiseta amarela, e um homem com uma camiseta clara. Todos parecem atentos e envolvidos na conversa. O ambiente é iluminado, com uma parede clara e uma janela ao fundo.
Valorizar os diferentes saberes e vivências é essencial para evitar conflitos geracionais - JackF/Adobe Stock

Espera aí. De quem estamos falando? A geração Z abrange os nascidos de 1995 a 2010 (há divergências entre especialistas, mas essa é a média).

Mas não se prenda a datas: estamos falando sobre o jovem no mundo corporativo. Considere um recorte de pessoas entre 18 e 28 anos.

A grande diferença entre eles e as juventudes que vieram antes é que são nativos digitais, explica Maíra Blasi, especialista no futuro do trabalho. "Eles já nascem com um mundo digitalizado, com internet e redes sociais", diz.

Entenda algumas características dessa geração no trabalho:

1. Inovação. Eles têm facilidade para apresentar soluções que não foram pensadas antes, diz Roberta Saragiotto, diretora da Start Carreiras.

  • "Há um olhar diferente para a tecnologia e uma premissa de não se acomodar com o que está acontecendo."

2. Imediatismo. "Por pensarem na solução do problema muito rápido, às vezes até falta um pouco de profundidade, porque existe uma ansiedade em trazer a resolução", complementa Saragiotto.

3. Vontade de aprender. É uma geração que valoriza ter um líder próximo e disponível para ensinar, de acordo com Kelly Lopes, superintendente do IOS (Instituto da Oportunidade Social).

  • Eles reconhecem a importância de receber feedbacks de forma contínua.

4. Autonomia. Os jovens têm facilidade em criar soluções e ser multitarefas. Ao mesmo tempo, demandam mais liberdade para atingir metas e executar funções, segundo Lopes.

5. Diversidade. "Ainda que pertencentes à mesma geração, eles têm origens e realidades que espelham as desigualdades do país", explica a superintendente do IOS.

E é pensando nessa última característica que vamos às dicas de como trabalhar melhor com a geração Z:

Não coloque todos os jovens na mesma caixinha
Antes de rotular toda uma geração, lembre-se que há diferentes recortes sociais no Brasil. "Muitos jovens periféricos querem trabalhar e ajudar a família, mas sofreram um impacto grande da pandemia no desenvolvimento da carreira e dos estudos", relata Maíra Blasi.

Ouça o que eles têm a dizer
A escuta ativa é ponto-chave para evitar conflitos, diz Saragiotto. Converse com aquele jovem que trabalha com você e busque entender: o que está funcionando? O que pode melhorar? Como estabelecer uma comunicação mais direta e menos ruídosa?

Por exemplo: você pode preferir se comunicar por ligação ou em uma reunião presencial, enquanto a outra pessoa prefere mensagens de texto. Cabe a vocês dois estabelecerem a abordagem ideal para essa relação.

Invista no treinamento desses jovens
Novas gerações têm que ser preparadas para o mercado de trabalho, defende Blasi. "O jovem não nasceu sabendo. Alguma tarefa pode parecer óbvia para você, mas não é assim para um profissional que está chegando", explica.

Valorize os diferentes saberes e vivências
Tente olhar para o outro com mais curiosidade e identificar o que você pode aprender de novo com aquela pessoa, sugere a especialista em futuro do trabalho.

  • Isso vale também para a geração Z, que deve estar aberta para o que os mais velhos têm a agregar.

Inclusive, se você é jovem e está lendo esta newsletter, complemento com mais duas dicas:

Entenda que as empresas têm o tempo delas
A transformação não acontece do dia para a noite. "Apesar do mundo mudar muito rapidamente e da internet ser veloz, as organizações não funcionam nessa mesma velocidade. O jovem tem que ter um pouco de paciência e entender que nem tudo é um vídeo de um minuto e meio das redes sociais", orienta Blasi.

Não caia no conformismo
Traçar limites entre vida pessoal e profissional é importante, mas tome cuidado para não tratar o trabalho com indiferença. Faça provocações e reconheça que você tem um papel importante ali.

Se você não se sente pronto, saiba que sua hora vai chegar, diz Saragiotto. Encontre pessoas de confiança, mentores, alguém com quem você possa conversar e tirar dúvidas sobre o que ainda não sabe.

Em resumo: uma das melhores dicas, para qualquer geração, é lembrar que todos somos contemporâneos.

↳ "Não é como se alguém tivesse a fórmula perfeita para fazer tudo funcionar, mas pode ser mais fácil se a gente se juntar para pensar em soluções e parar de gastar energia brigando", diz Maíra Blasi.


Conselhos de CEO

Profissionais em cargos executivos dão dicas para quem está em início de carreira

A imagem mostra uma mulher sorridente em um ambiente de escritório moderno. Ela está segurando um laptop e usa uma blusa branca com mangas bufantes e uma calça preta. Ao fundo, há várias pessoas trabalhando em mesas com computadores. O ambiente é bem iluminado e decorado com plantas.
Gabriele Carlos, 43, CEO da Zeiss no Brasil - GLADSTONE CAMPOS / RealPhotos/Divulgação

Sobre ela: Gabriele Carlos é graduada em psicologia e pós-graduada em gestão empresarial. Passou por empresas como Sodexo, Carrefour e GVT. Liderou a área de RH da Zeiss Vision no Brasil, empresa na qual está desde 2015. É mentora voluntária e membro do Grupo de Líderes da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).

Meu primeiro emprego... Foi com minha mãe em um salão de beleza, onde fazia as atividades administrativas.

Um erro do qual não esqueço... Uma mudança de empresa que fiz no início da carreira, para uma posição especialista. Acabei ficando apenas três meses, e estava há mais ou menos seis anos na empresa anterior. O que aprendi é que não tenho perfil especialista e sim generalista, e que qualquer mudança deve ser bem analisada, considerando a cultura e valores da organização. Assim, a tendência ao sucesso é maior.

Uma habilidade essencial... Adaptabilidade e flexibilidade são essenciais para qualquer profissão e segmento.

Um conselho para jovens profissionais... Nem sempre tudo vai sair como desejamos e no nosso tempo. Aproveite as oportunidades para ganhar experiência e maturidade, sem esquecer que as boas relações fazem toda a diferença.

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