Descrição de chapéu folha-mauá folha mauá

Teste Folha-Mauá chega aos 25 anos com 1.772 carros avaliados

Desde 1996, parceria segue evolução automotiva e auxilia o leitor com dados de consumo e desempenho

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

“Disquete revela lista de fraudes do Banco Nacional”, dizia a manchete da Folha no dia 3 de março de 1996. Um pouco abaixo, à esquerda, lia-se a chamada “Veja novo guia e teste com Volvo”. Era a primeira avaliação de um automóvel feita em parceria com o IMT (Instituto Mauá de Tecnologia).

Disquetes não existem mais, nem o Banco Nacional. Já o Teste Folha-Mauá completa agora 25 anos.
Foram avaliados 1.772 veículos desde então, média de 70,9 por ano. O objetivo é oferecer informações sobre o consumo e o desempenho, o que ajuda o consumidor a decidir qual é o carro adequado à sua necessidade.

“No começo dos anos 1990, antes da parceria com o IMT, os jornalistas levavam o carro até um trecho da antiga Rio-Santos, que era plano, reto e praticamente deserto, e lá faziam as medições, sempre com um dirigindo e o outro de cronômetro na mão”, lembra Zeca Chaves, consultor e jornalista automotivo, que foi editor de Veículos da Folha e redator-chefe da revista Quatro Rodas.

Os primeiros testes feitos pelo IMT foram no mesmo trecho de antes, que tinha marcas no chão indicando as distâncias. Montadoras e revistas especializadas faziam medições no mesmo local.

Renato Romio, chefe do laboratório de motores e veículos do IMT, diz que os primeiros ensaios foram feitos com seu próprio carro, uma perua Volkswagen Parati. “O IMT adquiriu o Datron, equipamento que, por meio da reflexão da luz, determinava deslocamento, velocidade e aceleração.”

Romio conta que o aparelho e seus acessórios custaram cerca de R$ 100 mil. Na época, o Volvo 850 Turbo, o sedã sueco de alto luxo que foi o primeiro a ser testado, era vendido por R$ 82,3 mil.

O equipamento ótico foi substituído pelo V-Box, que usa sinal de GPS. O local dos testes também mudou ao longo dos anos, e hoje as provas de aceleração, retomada e frenagem são feitas na pista da empresa ZF, em Limeira (interior de São Paulo).

A etapa que verifica o gasto de combustível na cidade tem 27 km. Para simular um percurso rodoviário com velocidade média de 90 km/h, os engenheiros do IMT dirigem por 31 km. Ambos os trajetos ficam em São Caetano do Sul (ABC), onde fica a sede do instituto.

Se o carro for flex, são feitas duas medições: uma com gasolina, outra com etanol.

Com a chegada dos automóveis híbridos “plug-in”, que podem ser carregados na tomada e rodar cerca de 40 km usando apenas eletricidade, foi necessário adicionar mais um item ao teste: a medição do gasto de energia. É o mesmo protocolo usado para carros 100% elétricos, que estarão cada vez mais presentes nas avaliações.

Marcos dos 25 anos da parceria da Folha com o Instituto Mauá de Tecnologia

1996 O primeiro carro a passar pelo Teste Folha-Mauá foi o sedã Volvo 850 Turbo. O carro, que já trazia airbags frontais e laterais, se destacou pelo desempenho: a prova de aceleração da imobilidade aos 100 km/h foi cumprida em 9,2 segundos

Frente do automóvel Volvo 850 Turbo, veículo pioneiro do teste Folha-Mauá, em 1996
Frente do automóvel Volvo 850 Turbo, veículo pioneiro do teste Folha-Mauá, em 1996 - Otavio Dias de Oliveira/Folhapress

1997 O Peugeot 106 foi o primeiro modelo a superar a média rodoviária de 20 km/l: o compacto 1.0 francês conseguiu rodar 21,7 quilômetros com um litro de gasolina. Mas o desempenho decepcionou. O carro precisou de 19,7 segundos para ir do zero aos 100 km/h

O compacto Peugeot 106 Soleil, em imagem de 1997
O compacto Peugeot 106 Soleil, em imagem de 1997 - Divulgação


1998 Carros movidos a etanol tinham sumido das lojas, mas havia algumas exceções. O Fiat Palio 1.0 avaliado era uma dessas raridades e conseguia rodar 7,9 quilômetros com um litro de álcool. Hoje, um Fiat Argo 1.0 flex atinge a média urbana de 10,9 km/l com o mesmo combustível

Lateral do automóvel Palio 1.0, da Fiat
Lateral do automóvel Palio 1.0, da Fiat - Divulgação


2003 O Volkswagen Gol 1.6 Total Flex inaugura a era dos modelos bicombustíveis (movidos a gasolina e a etanol). O compacto foi 0,3 segundo mais rápido quando abastecido com álcool. Em 2003, o preço começava em R$ 27,2 mil. Hoje, o hatch da VW parte de R$ 63,9 mil na versão 1.6

Volkswagen Gol 1.6 Total Flex 2003
Volkswagen Gol 1.6 Total Flex 2003 - Divulgação


2008 O Audi R8 consolidou a marca como recordista em provas de aceleração. Os carros da montadora alemã foram os mais rápidos em nove edições do Ranking Folha-Mauá, que reúne os resultados dos carros testados ao longo do ano

O automóvel Audi R8 durante teste drive no Kartódromo Schincariol, em Itu (SP)
O automóvel Audi R8 durante teste drive no Kartódromo Schincariol, em Itu (SP) - Marcelo Justo/Folhapress


2011 Com 3,4 milhões de unidades emplacadas, o Brasil se torna o quarto maior mercado automobilístico do mundo. Capaz de rodar por trechos curtos usando apenas eletricidade, o Ford Fusion Hybrid conseguiu percorrer 18,1 quilômetros no trânsito urbano gastando um litro de gasolina

Automóvel Ford Fusion Hybrid
Automóvel Ford Fusion Hybrid - Divulgação

2012 Para reduzir o consumo e atender a normas antipoluição, montadoras lançaram carros com motores pequenos e turbinados. A evolução foi vista em modelos como o Citroën DS3, que se destacou pelo baixo consumo de gasolina na estrada —média de 17,5 km/l

Citroën DS3, com motor 1.6 turbo, na garagem da Folha, na alameda Barão de Limeira
Citroën DS3, com motor 1.6 turbo, na garagem da Folha, na alameda Barão de Limeira - Ivan Ribeiro/Folhapress

2014 O Porsche 911 Turbo chegou aos 100 km/h em 3,1 segundos e assumiu o posto de carro mais rápido já testado no Folha-Mauá. O esportivo, que custava R$ 949 mil em 2014, é vendido atualmente por R$ 1,2 milhão em uma nova geração

Porsche 911 Turbo foi de 0 a 100 km/h em 3,1s, um recorde no teste Folha-Mauá
Porsche 911 Turbo foi de 0 a 100 km/h em 3,1s, um recorde no teste Folha-Mauá - Eduardo AnizelliFolhapress


2018 Teste com sedãs populares mostrou o quanto o peso do veículo influi no consumo e no desempenho de automóveis 1.0. Uma carga extra de 375 quilos aumentou em 10% o consumo em área urbana de um Chevrolet Prisma testado no Folha-Mauá

Chevrolet Prisma 1.0 Joy 2018/2019
Chevrolet Prisma 1.0 Joy 2018/2019 - Divulgação

2019 O Jaguar i-Pace foi o primeiro carro 100% elétrico testado. O veículo viajou 170 km de São Caetano do Sul até Limeira, mas, na volta, foi preciso parar em Campinas para uma recarga parcial das baterias, o que demorou quatro horas

Lançamento do utilitário elétrico jaguar i-Pace
Lançamento do utilitário elétrico jaguar i-Pace - Divulgação
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.