Descrição de chapéu Especial Férias

Cachoeiras de Presidente Figueiredo merecem ser visitadas em julho

Município no estado do Amazonas tem mais de 140 quedas d'água catalogadas e altas temperaturas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

cachoeira rodeada por mata

Cachoeira da Neblina, em Presidente Figueiredo (Amazonas) Maristela do Valle/Folhapress

Maristela do Valle
Presidente Figueiredo (AM)

O mês de julho pode ser sinônimo de frio em grande parte do Brasil, mas não em Presidente Figueiredo, a 107 km de Manaus pela BR-174 (ou cerca de duas horas). Aliás, nunca é frio no município, que costuma ter temperaturas máximas entre 29ºC e 32ºC ao longo do ano. É quente a ponto de ser possível tomar um banho de cachoeira em plena Amazônia.

E o mês de julho tem uma particularidade: é uma época de transição entre o período caracterizado pelas cheias e o início daquele que é marcado pela seca —basicamente, é como se a região só tivesse duas estações do ano.

Então as chuvas começam a ficar mais escassas, sem comprometer os passeios, e ao mesmo tempo são suficientes para deixar exuberantes as cachoeiras do município. E olha que são mais de 140 cachoeiras catalogadas.

A famosa cachoeira de Iracema, por exemplo, ainda está bastante caudalosa. Em julho, em geral, já dá para chegar bem perto dela a nado, pela piscina natural situada à sua frente. A queda-d’água é uma das mais visitadas no município da Amazônia, fundado durante o governo militar do presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo, em 1981.

Iracema está situada no Parque Ecológico Iracema Falls e é acessada por uma caminhada leve. Tem uma curiosa cor avermelhada, explicada pela presença de minério de ferro e pela grande quantidade de matéria orgânica em decomposição. As disputadas corredeiras situadas na sua frente lembram uma hidromassagem natural, perfeita para quem quer relaxar.

Também dá para esquecer da vida no barzinho de madeira situado bem em frente, que vende porções e bebidas. O local, inclusive, vive lotado de manauaras nos finais de semana, devido ao fácil acesso.
A uma curta caminhada dali, a cachoeira das Araras também tem a mesma cor de Coca-Cola, que ganha ainda mais destaque com o contraste da espuma branca. Julho é uma ótima época para visitá-la, pois já dá para chegar perto da sua base, proporcionando um ótimo ângulo de fotos.

Enquanto as cachoeiras de Iracema e das Araras são acessadas por trilhas fáceis, a da Neblina exige uma caminhada de 12 km, ida e volta, mas o esforço vale a pena. As sombras das árvores e a falta de declives facilitam o percurso. Na chegada, antes de enxergar a cachoeira, o turista é recepcionado por uma espécie de prainha à beira do rio. Como é área de camping, há placas lembrando a importância de recolher o lixo, tirar apenas fotos e substituir a fogueira por fogareiro a gás.

Quando finalmente se vê a cachoeira é que se entende por que muita gente quer acampar ali. A queda-d’água parece viva, vibrante. Quer mais emoção? Então não hesite em vislumbrar a cachoeira por trás —mas nesta hora é importante ter a companhia de um guia experiente. Dali se tem uma dimensão diferenciada da força da natureza.

A incrível experiência é mais tranquila no mês de julho, pois no auge das chuvas só daria para acessar essa área com o auxílio de uma corda.

Maroaga e Judeia trazem atrações instagramáveis

Julho também é um ótimo mês para visitar a Caverna Refúgio do Maroaga e a Gruta da Judeia, duas das atrações mais instagramáveis de Presidente Figueiredo. Isso porque o meio do segundo semestre pode secar as duas cachoeiras de 30 metros de altura existentes na frente de cada caverna. E as chuvas do inverno podem inibir a iluminação das fotos nos locais.

Uma dessas fotos é um clássico: a entrada do Maroaga com o reflexo da fenda e da silhueta dos turistas no riozinho situado dentro da cavidade. Vale a pena pedir para ser clicado pelo guia acompanhante (um auxílio obrigatório), que conhece o local exato para posicionar a câmera. A caverna tem esse nome em homenagem a um indígena que fez resistência à construção da rodovia BR-174 nos anos 1970, diz o guia Judeilson Sousa Trindade, o Juju.

Já a Gruta da Judeia rende lindas imagens da piscina natural dourada e rasinha localizada embaixo de uma fenda. Ali dá para tomar um banho tranquilo, pois o acesso se restringe a 126 pessoas por dia, evitando aglomerações.

Turistas tomam banho na entrada da Gruta da Judeia
Turistas tomam banho na entrada da Gruta da Judeia - Maristela do Valle/Folhapress

Ambas estão situadas na mesma trilha, de 2,8 km e muito sossegada, margeada por paredões cobertos por musgos. Para quem quer evitar afundar o pé na lama no caminho, convém alugar galochas no início do percurso, por R$ 10.

Já o Salto do Ipy começa a ficar mais ralo a partir de julho. Em compensação, os dias mais claros são essenciais para admirar outra atração que surge na caminhada: o mirante da Ponta da Agulha, que causa um leve frio na barriga para os mais temerosos.

Mesmo de longe, dá um calafrio ver a imensidão verde da floresta da rocha em forma de agulha de bússola que está situada à beira de um abismo.

Outra atração imperdível é o Labirinto das Grutas, com suas pinturas rupestres escondidas atrás das rochas e folhagens distribuídas desordenadamente por pedras e fendas.

Como todo labirinto que se preze, ele pode confundir os aventureiros desavisados, daí a importância de ter a companhia de um guia no local.

Cachoeira no Circuito da Kira, em Presidente Figueiredo
Cachoeira no Circuito da Kira, em Presidente Figueiredo - Maristela do Valle/Folhapress

Há outro passeio que reúne várias atrações: o Circuito da Kira, com três cachoeiras e uma hidromassagem natural acessíveis por uma trilha circular de 3 km no Sítio do Careca.

Já o Complexo do Mutum tem cachoeira e curiosas piscinas naturais redondas e profundas, chamadas tecnicamente de marmitas. Julho é o mês de reabertura do local, fechado no primeiro semestre devido ao excesso de chuva, que pode causar acidentes.

No período dá ainda para encontrar lagoas e poços com intensa coloração azul. Uma delas é o Fervedouro, que fecha para visitação durante a seca.

Uma das únicas lagoas da cidade que se mantêm verde-esmeralda o ano inteiro é a Cristalina, devido às algas. Quando se entra é que se percebe que a água é bem cristalina.


COMO IR

Juju Tour
Rua Piquiá, 43B, tel. e WhatsApp: (92) 9190-5100, mais informações aqui.

ONDE FICAR

Hostel da Milla (antigo Local Hostel)
Av. Padre Calleri, 60, tel. e WhatsApp: (92) 98447-5713, mais informações aqui.

Hotel 1 Lugar
BR-174, km 1004 (antigo km 120), WhatsApp: (92) 99281-8680, mais informações aqui.


O QUE LEVAR NAS TRILHAS

  • Bota de trilha ou tênis – o sapato fechado é inclusive obrigatório em algumas trilhas para proteger os pés de formigas, galhos soltos, vegetação fechada etc

  • Roupas leves e finas – esses trajes secam no próprio corpo após os banhos, durante a caminhada

  • Trajes de banho e toalhas – você não vai resistir a se refrescar nas cachoeiras e lagoas

  • Repelente – os insetos nem sempre atrapalham o passeio, mas lembre-se que você está na Amazônia

  • Protetor solar – a exposição do sol é enorme, pois você está bem perto da Linha do Equador

  • Lanches – a caminhada pode dar fome, mesmo que não seja muito longa

  • Água mineral – é essencial para se hidratar, e os guias sempre perguntam se ela está à mão antes de sair para as trilhas

  • Saco – útil para colocar a toalha molhada e também o lixo produzido no caminho

  • Celular ou máquina fotográfica – mesmo que você queira se desconectar do mundo, certamente vai querer fazer belas fotos

  • Mochila – essencial para colocar tudo isso acima, e a vantagem em relação à bolsa é que suas mãos ficam livres

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.