Turistas assinam termo para fazer passeios caros de alto risco

Empresas como a do submarino do Titanic alertam sobre chance de lesão ou morte

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Rio de Janeiro

O desaparecimento de cinco pessoas em um submarino que exploraria os destroços do Titanic colocou em evidência um ramo turístico bastante específico: passeios caríssimos e de alto risco, que vão desde bungee-jumping sobre um vulcão ativo até viagem espacial.

Empresas como SpaceX, Virgin Galactic e Blue Origin cobram dezenas de milhões de dólares para enviar turistas ao espaço, muito mais do que os US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão) que a OceanGate Expeditions recebe de cada pessoa que se junta às suas expedições para ver os restos do navio que afundou em 1912.

Como tudo que envolve grandes riscos e cifras enormes, clientes precisam assinar termos de responsabilidade antes de embarcar nas aventuras.

Numa reportagem para o canal de TV americano CBS, exibida em novembro de 2022, o jornalista David Pogue participou de uma excursão da OceanGate.

Teve que assinar um termo dizendo que a "embarcação submersível experimental não foi aprovada ou certificada por nenhum órgão regulador e pode resultar em lesão física, incapacidade, trauma emocional ou morte".

A imagem mostra o submersível navegando pelo mar
O submersível Titan, que desapareceu no oceano Atlântico - OceanGate Expeditions via AFP

Viagem espacial

Até hoje, foram poucos (e muito endinheirados) os que puderam turistar no espaço. Por serem curtas, essas viagens são de baixo risco, e não houve até agora registro de acidentes em excursões dessa modalidade.

Mas, segundo a presidente da Federação Comercial de Voo Espacial, Karina Drees, em entrevista ao site Space.com, as empresas são obrigadas a divulgar seu histórico de segurança antes que os clientes assinem o termo de responsabilidade.

Atualmente, passeios no espaço envolvem voos de gravidade zero e viagens a bordo de uma espaçonave com destino à Estação Espacial Internacional. No futuro, algumas empresas esperam oferecer pacotes rumo à Lua e a Marte.

Bungee-jumping sobre vulcão ativo

Entre 2016 e 2020, a empresa Bungee.com ofereceu uma excursão que incluía bungee-jumping a partir de um helicóptero sobre um vulcão em atividade, o Villarrica, no Chile.

O passeio, que deixava os turistas a cerca de 250 metros da lava quente, era parte de um pacote que custava US$ 16 mil por pessoa (quase R$ 77 mil na cotação atual).

A última pergunta na seção de dúvidas frequentes sobre o passeio era "posso morrer?". A empresa, que faz a linha engraçadinha, respondia: "Sim. Pode. Mas você vai assinar um termo de responsabilidade, então estamos cobertos.

A imagem colorida mostra um homem pulando de costas, com os braços e pernas abertas, em uma cratera de vulcão. A corda de bungee jumping está amarrada em seu pé esquerdo. A foto foi tirada do helicóptero de onde o homem saltou, mirando a cratera, iluminada pelo magma que a prenche
Passeio de bungee-jump sobre o vulcão ativo Villarrica, no Chile, em 2016 - Reprodução
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