Descrição de chapéu Argentina clima primavera

Com natureza exuberante, Bariloche é destino de viagem para o ano inteiro

No verão, esqui deixa de ser o esporte principal e dá lugar a trilhas, rafting e caiaque

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Bariloche (Argentina)

Mais conhecida pelas montanhas nevadas e pistas de esqui, Bariloche pode surpreender a quem resolver visitá-la fora da temporada de inverno com uma paisagem igualmente exuberante, vista de todos os pontos da cidade na Argentina.

Na primavera e no verão, o cenário troca o tom esbranquiçado da neve por um mais verde. Outros esportes ganham protagonismo, como o trakking e o rafting. É o momento em que casacos pesados e toucas são substituídos por bermudas e camisetas.

Uma amostra de sua fauna e flora pode ser vista do Parque Nacional Nahuel Huapi, o mais antigo do país, que abarca as províncias de Neuquen e Rio Negro. Os aventureiros vão encontrar nessa área excursões em montanhas, com trilhas demarcadas ou não, que podem levar dias ou horas. Dá para fazer por conta própria ou contratando serviço em agências.

Canoagem no lago Nauel Huapi em Bariloche
O caiaque é uma das atividades que permite explorar os lagos de Bariloche, como o Nahuel Huapi e o Moreno, entre outros - Divulgação

Se na temporada de inverno o lago Nahuel Huape, que se estende por toda a cidade, parece um espelho refletindo montanhas, quando o calor chega ele fica vivo e repleto de pessoas que praticam stand-up paddle, andam de caiaque e pescam. Espaço não falta: são 530 km², mais de duas vezes a cidade de Buenos Aires.

Uma das opções de passeio pelo rio sai do Porto Pañuelo com um barco que faz um percurso de uma hora até o Porto Blest. A embarcação (ao preço de R$ 387 pelo passeio) às vezes lembra um ônibus, com pessoas sentadas enfileiradas. A parte mais disputada é o deque do lado externo, onde é possível apreciar gaivotas.

Durante o trajeto, é disponível um áudio que conta um pouco da história de Bariloche e de Perito Francisco Moreno, um de seus principais exploradores —seus restos mortais ficam ali no percurso, próximo a uma cascata.

No porto, os turistas dão de cara com o Hotel Puerto Blest, único lugar habitável na região rodeada pela cordilheira dos Andes. A habitação se mistura à natureza sem agredi-la. Do restaurante é possível vislumbrar pela janela o Cerro Tres Hermanos.

De lá, é possível fazer uma caminhada pela selva Valdiviana até o Porto Alegre, que fica diante do lago Frías, cenário digno de tela de bloqueio de computador, com sua água em tom turquesa por causa dos sedimentos glaciais que vêm do Cerro Tronador. No verão, a cor se intensifica.

Essa é uma das últimas paradas próximas da fronteira com o Chile. Outros passeios de barco cruzam os países, como o Cruse Andino a partir de R$ 1.620.

De volta ao Porto Blest, a próxima parada é o Porto Cántaros, na margem oposta do rio. O caminho pode ser feito a pé ou de barco. Uma trilha de 2,4 km, com cerca de 800 degraus —que assusta alguns—, leva a mirantes em frente a uma cachoeira.

No entanto, a escalada é recompensada com atrações como um alerce de 1.500 anos, tipo de árvore que pode chegar a 50 metros de altura. Além disso, o cenário inclui um lago diante da cordilheira dos Andes.

Há mais mirantes para conhecer em Bariloche no Circuito Chico. Trata-se de uma rota circular que parte aproximadamente do quilômetro 18 da av. Bustillo. No caminho há trilhas, como a Llao Llao e Villa Tacul, e pontos estratégicos para garantir belas fotos.

Dá para ganhar tempo e fazer esse percurso de carro. Já os mais ousados podem ir de bicicleta. Há também quem prefira contratar excursão em alguma agência, o que facilita o percurso e leva aos lugares certos. A opção vai do bolso e da disposição de cada um.

O circuito passa pelo lago Perito Moreno, que inclui a praia del Moreno —boa opção para praticar caiaque ou para nadar com as crianças.

Por falar em praia, outras duas são bem frequentadas no verão: a Bahía Serena, aproximadamente no km 12 da av. Bustillo, e a praia Bonita, na altura do número 8.000.

Na mesma avenida, o Cerro Campanário traz um teleférico que leva o passageiro ao topo do monte em sete minutos. Outra parada obrigatória no circuito é o Ponto Panorâmico, que rende uma das vistas mais completas e belas de Bariloche, com o lago entre as florestas.

Próximo dali, no quilômetro 23, o restaurante de mesmo nome traz mais cenários instagramáveis, que competem pela atenção com a comida. Uma pedida é o ravióli recheado com ricota e truta, por R$ 57. Outros restaurantes e cafeterias estão pelo caminho.

Para os de verve mais aventureira, a sugestão é o Circuito Grande, que percorre o rio Ñirihuau e passa pela Villa Traful. Este trajeto, que pode durar dez horas, é inclusive pouco recomendável no inverno (a neve torna a caminhada perigosa). Mesmo no verão ou na primavera, recomenda-se contratar um guia de viagem.

Quase imune à crise econômica que afeta o restante do país, Bariloche vive em uma bolha protegida pelo turismo. O setor é impulsionado sobretudo pelos brasileiros, o que faz a cidade ser chamada de Brasiloche —muitos estabelecimentos trazem até cardápio e informações em português.


PASSEIOS

Porto Blest até Porto Pañuelo - informações em turisur.com.ar

Rafting - informações em raftingpuntolimite.com.ar

Stand up e caique no lago Nahuel Huape - informações em bariloche.diversidad.com.ar

Trakking - informações em barilochetrekking.com

A jornalista viajou a convite da agência Mapa360

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