Como são os hotéis de luxo Royal Mansour, criados pela família real do Marrocos

Rede voltada a endinheirados conta com spas, jardins e restaurantes celebrados em Marrakech, Casablanca e Tamuda

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Marrakech e Casablanca

Riads são os palacetes típicos da arquitetura marroquina —uma construção de pelo menos dois andares erguida em torno de um pátio interno com fonte e árvores. O que se diz é que eles são inspirados nos jardins persas e se estabeleceram no norte da África no século 11, se entranhando na cultura local.

Natural, portanto, que eles orientem a disposição do Royal Mansour Marrakech, hotel hiperluxuoso que a família real marroquina mandou construir nos arredores da medina da cidade. Aberto em 2010, o empreendimento é uma espécie de amostra do que há de mais requintado na cultura do país. Um cartão de visitas do Marrocos para endinheirados.

Entrada do Royal Mansour Marrakech, no Marrocos
Entrada do Royal Mansour Marrakech, no Marrocos - Divulgação

Cada uma das 53 suítes do lugar é um riad. Isso significa que mesmo a mais básica delas terá três andares, pátio interno, elevador, cozinha, lavabo e, na cobertura, uma piscina privativa com vista para o horizonte alaranjado de Marrakech. Conforme se sobe na escala do luxo, os riads vão ganhando mais tamanho —alguns, teto retrátil, múltiplos ambientes e até quarto para o mordomo. As diárias partem de R$ 10.880.

Mas há muita vida fora dos riads. O hotel em si se espalha por uma área de mais de cinco hectares. Abriga bar e quatro restaurantes —um francês, um italiano, um marroquino e outro mais despojado (no quanto dá para ser despojado em meio a tamanho fausto), com mesas no lado de fora e comida de toques asiáticos e mediterrâneos. O jardim, imenso, é entremeado por canteiros, quiosques e limoeiros carregados de pássaros. Mal se percebe que estamos a poucos quarteirões da praça mais movimentada da cidade, Jemaa el-Fna.

A piscina se estende por mais de 30 metros de comprimento. E há ainda o spa, gigantesco, que recebe os interessados num átrio dominado por altíssimas treliças de ferro em padrões geométricos. Nele são oferecidos tratamentos de beleza de toda sorte e sessões no hammam, também conhecido como "banho turco", que usa o vapor e as ervas para dar um trato na pele.

Apesar do cardápio vasto de benesses, operado por um staff numeroso, não se vê o entra e sai de funcionários quando se caminha pelos jardins do hotel. A explicação está no intrincado sistema de túneis de serviço, que os hóspedes não veem, criados para dar agilidade na circulação de camareiras, esteticistas, garçons, cozinheiros, piscineiros, jardineiros etc.

São privilégios de jet-setters que optam por uma opulência mais discreta —influencers costumam preferir o La Mamounia, hotel igualmente caro, mas um lugar mais dado à ostentação. Tanto é que o Royal Mansour não divulga a lista de seus hóspedes célebres, mas sabe-se que o casal de atores Michael Douglas e Catherine Zeta-Jones andou circulando por ali.

Há um mimo extra para quem se hospeda no hotel real. É a possibilidade de conhecer a impressionante casa criada por Serge Lutens no centro de Marrakech. Diretor de arte e perfumista francês, ele criou um palácio cheio de corredores intrincados na medina. São incontáveis salões, pátios e jardins interligados —todos eles com tetos, paredes e pisos com adornados carregados, de acordo com a tradição marroquina.

Em abril, a família real marroquina inaugurou o segundo hotel da coleção, em Casablanca —a meca financeira do país. Ali, a estrutura em forma de medina, com exotismo de noite árabe, cede lugar a um edifício que presta tributo à tradição art déco da cidade.

É um prédio de 23 andares na região central da cidade, com vista para a região portuária e a imponente mesquita Hassan 2º no fundo do horizonte. Em sua cobertura, onde fica um bar panorâmico, dá para se bebericar drinques enquanto o Sol tinge as construções, todas alvíssimas. No térreo há ainda um sushi bar e uma brasserie.

Mas quando o assunto é gastronomia, o maior destaque é o La Grande Table Marocaine, também no último andar. Serve comida local em versões requintadas. A depender da estação, o menu para duas pessoas, por nada módicos R$ 890, pode contar com lagosta azul ou cuscuz de paleta de cordeiro.

Também há spa no hotel de Casablanca, com cardápio vasto de massagens, tratamentos estéticos e hammam. A diferença, para o de Marrakech, é a presença, aqui, de uma barbearia moderninha.

Mal havia aberto as portas do Royal Mansour Casablanca, a família real anunciou a abertura de um terceiro, na baía de Tamuda, no norte do país. Ali, as 55 suítes em forma de villas têm inspiração mediterrânea e ficam a poucos passos do mar.

DICAS PRÁTICAS PARA VISITAR O MARROCOS

Voos 
A Royal Air Maroc anunciou a retomada da rota entre São Paulo e Casablanca a partir de 7/12; até lá, a forma mais conveniente de chegar ao Marrocos é fazendo escala na França, na Espanha ou em Portugal

Dinheiro 
A moeda local é o dirham marroquino, que equivale a mais ou menos R$ 0,58. O ideal é embarcar com euros e trocar ao chegar

Mulheres e LGBTQIA+ 
É possível ver turistas desacompanhadas nas ruas das principais cidades marroquinas, mas não são poucos os relatos de mulheres vítimas de assédio. E embora cidades como Marrakech até tenham locais gay friendly, o Marrocos pune relações homoafetivas com prisão

Álcool 
O país é muçulmano, e a venda de álcool é proibida nas ruas, mas hotéis são bem abastecidos de vinho, drinque e cerveja

Idioma 
Embora o árabe seja o idioma principal, o turista não terá muita dificuldade em se fazer compreender com o inglês —o espanhol e o francês também são falados

Visita ao deserto 
Um pacote individual de quatro dias entre Fez e Marrakech, passando pelo deserto, pode sair a partir de R$ 5.000, mas fica mais barato se for feito em grupo. O da empresa Marrocos Expedições inclui estadias em hotéis razoáveis, jantares e cafés da manhã

O jornalista se hospedou a convite do Royal Mansour

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