Angra pedirá a ministro aceleração de obra para evitar deslizamento
A prefeita de Angra dos Reis (RJ), Conceição Rabha, pedirá ao ministro da Integração, Fernando Bezerra, a intensificação das obras de contenção de encosta que estão sendo feitas desde a tragédia de janeiro de 2010 --quando 52 pessoas morreram na cidade em consequência das chuvas-- em alguns dos principais morros da cidade.
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O pedido será feito durante uma reunião no palácio da Guanabara para avaliar a situação das cidades mais afetadas pela forte chuva que atinge diversos municípios do Rio nos últimos dias.
Participam do encontro, além do ministro Bezerra, o governador Sérgio Cabral, o secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, e os prefeitos dos municípios mais afetados pela chuva.
Rabha vai solicitar ainda apoio do ministro ao Programa Habitacional que o governo federal vem desenvolvendo na cidade, como parte do Programa Minha Casa, Minha Vida, para beneficiar os moradores das áreas de risco da cidade.
A obras de contenção de encostas vêm sendo feitas pela Empresa Estadual de Obras Públicas (Emop) desde a tragédia de 2010, com recursos dos governos federal e estadual, mas, na avaliação da prefeita, "a passos lentos".
Elas beneficiarão os moradores dos morros do Tatu, da Carioca, do Carmo e Glória, todos em torno do centro de Angra dos Reis, geralmente os mais afetados quando chove forte no município do litoral sul do estado.
CHUVAS
O índice pluviométrico registrado no município de Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, entre o primeiro dia do ano, quando começou a chover na cidade, e o final da tarde de ontem chegou a 241 mm. O volume já ultrapassa o verificado durante todo o mês de janeiro do ano passado, 208 mm.
Segundo balanço divulgado pela Defesa Civil do Rio de Janeiro no início nesta sexta-feira, as chuvas que começaram na noite de quarta-feira já afetaram cerca de 200 mil pessoas. Dessas, cerca de 2.500 estão desabrigadas ou desalojadas. Duas pessoas morreram.
A Defesa Civil considera desabrigados os que perderam suas casas e estão em abrigo público. Já os desalojados saíram de casa e estão provisoriamente em casas de parentes e amigos.
Há ainda mais de 2.300 pessoas que não tiveram danos em suas casas, mas foram removidas por agentes públicos devido ao risco causados pelas chuvas em Angra dos Reis. Não há informações, no entanto, de quantas dessas pessoas retornaram para suas casas.
O Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) informou em nota que um funcionário que trabalhava dentro da Reserva Biológica do Tinguá, na Baixada Fluminense, durante as enxurradas não foi encontrado após as fortes chuvas.
Segundo a empresa, havia um funcionário em cada uma das duas represas do local. Um deles ficou dentro do centro durante as chuvas e não sofreu ferimentos. Já Enéas Paes Leme não foi encontrado. O centro de operações não sofreu nenhum tipo de dano.
REUNIÃO
O ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional) e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), se reuniram na manhã desta sexta-feira, mas ainda não definiram os recursos emergenciais a serem gastos no Estado para recuperação de Xerém, distrito de Duque de Caxias atingido pela enchente provocada pela chuva de ontem.
Os dois pediram, porém, mudanças na legislação para contratação de obras emergenciais e justificaram atrasos nas intervenções em áreas de desastres naturais anteriores, como a região serrana.
O governo federal se comprometeu a enviar 5.000 cestas básicas para o Estado para abastecer as vítimas. Serão enviados ainda medicamentos e colchonetes para desalojados. O ministro afirmou que apenas na segunda-feira haverá estimativa exata dos gastos emergenciais, após confecção de relatório de danos.
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