Empresários tentam tirar do papel reforma da passarela de Congonhas
Os problemas na passarela do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, se arrastam há pelo menos nove anos. Agora, empresários da região se articulam para tentar tirar do papel um projeto de reforma.
Prefeitura vai escorar passarela abandonada em Congonhas
Segundo Carlos Alberto Camargo, da Aspa (Associação dos Amigos da Passarela de Congonhas), o projeto começou em 1999, mas demorou anos para ser aprovado pelos órgãos de defesa do patrimônio estadual e municipal.
A passarela, projetada pelo arquieteto Vilanova Artigas, autor do prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e do estádio do Morumbi, foi inaugurada em 1974 e depois tombada.
De acordo com Camargo, o projeto da reforma, que prevê cobertura na passarela e elevadores dos dois lados, foi orientado pelo filho de Artigas.
Em 2005, um protocolo chegou a ser assinado entre a Aspa, a Infraero (estatal responsável pelo aeroporto) e a prefeitura para o início das obras, mas uma investigação do Ministério Público contestou o projeto e culminou em ação civil pública cinco anos depois.
Fotomontagem | ||
Clique e compare imagens da passarela do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, nos anos de 2004 e 2013 |
O promotor José Carlos de Freitas diz que o projeto fere as características originais da obra e que atende a interesses particulares. Por isso, pediu que a prefeitura fosse obrigada a reformar a passarela, retirá-la do local e construir outra, mais moderna.
O pedido foi negado nas duas instâncias, mas o mérito ainda não foi julgado.
"Claro que temos interesse, não é filantropia. Mas a reforma fará bem pra todos, a passarela é a porta de entrada de São Paulo", diz Camargo, um dos empreendedores do hotel Ibis, localizado logo em frente.
"Mas ninguém vai começar uma obra com uma ação dessas em andamento."
A associação agora busca o apoio de personalidades ligadas à causa da acessibilidade e quer fazer um acordo com a Promotoria, para evitar novas contestações.
Depois, segundo Camargo, terá que se reunir novamente com os envolvidos para viabilizar a obra, que deve custar mais de R$ 4 milhões.
Um pedido de conciliação foi registrado na Justiça no fim do ano, mas o juiz do processo ainda não decidiu.
"Eu não recebi nada nesse sentido, mas pedi uma vistoria no local desde o ano passado. A liminar foi negada porque a prefeitura disse que estava tomando medidas, mas nada foi feito até agora", diz o promotor.
A Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras informou que "está em tratativas com outros órgãos da prefeitura para definir sobre a obra de recuperação ou construção de uma nova passarela para atender a demanda do aeroporto".
Já a Infraero afirmou que teria que reavaliar sua participação em eventual reforma, mas que a revitalização da passarela "garantirá maior conforto e segurança aos seus usuários e passageiros".
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