Em três meses, Doria tem aprovação recorde, mas 20% já o rejeitam em SP
Paulo Lopes/Futura Press/Folhapress | ||
O prefeito João Doria durante a 15ª edição da Operação Cidade Linda na zona leste de São Paulo |
João Doria (PSDB) termina seu primeiro trimestre à frente da Prefeitura de São Paulo com aprovação recorde na comparação com todos os seus antecessores, revela pesquisa do Datafolha.
Segundo o levantamento, 43% dos moradores da cidade aprovam sua gestão, 20% reprovam e 33% a consideram regular -4% dos entrevistados não opinaram. Tal popularidade o fez ser lembrado como potencial candidato a presidente ou governador nas eleições de 2018.
O tucano, porém, já experimenta o avanço da insatisfação com o passar dos dias. No início de fevereiro, 13% consideravam sua administração ruim ou péssima, parcela que saltou agora para 20%.
90 DIAS DE DORIA - Paulistanos avaliam os três primeiros meses dos prefeitos de São Paulo (em %)
A aprovação atual do tucano, puxada pelos mais ricos (67%) e pelos que têm ensino superior (56%), é bem superior à do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), derrotado por Doria no primeiro turno das eleições e que tinha aprovação de 31% após 90 dias de sua administração, em 2013.
No entanto, os 20% atuais de reprovação de Doria superam a de seu antecessor, que somava 14% de ruim ou péssimo em período similar.
Em igual período, Gilberto Kassab (PSD) teve 16% de aprovação, contra 24% de Paulo Maluf (PP) e Celso Pitta, 20% de José Serra (PSDB) e 34% de Marta Suplicy (PT).
Um outro índice sinaliza mudança de humor dos paulistanos em relação a Doria: 47% acham que ele fez pela cidade menos do que se esperava até agora (era de 39% em fevereiro). Agora, somente entre os mais pobres, esse índice já atingiu 61%.
Em relação aos bairros dos entrevistados, a avaliação de que o tucano fez menos do que se esperava é de 67%.
Para metade dos entrevistados (51%), a cidade não mudou nada na gestão tucana, contra 35% que viram melhora e 13% que acham que ela piorou. A cidade tem convivido, por exemplo, com mato alto, buracos nas ruas e semáforos apagados.
De 0 a 10, o paulistano dá nota 6 para o tucano. O Datafolha ouviu 1.067 pessoas na quinta (6) e sexta (7). A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
O resultado da pesquisa ocorre no momento em que o prefeito centra esforços nas ações de zeladoria como marca de sua gestão. Vestido de gari ou com uma enxada nas mãos, ele participa semanalmente de operações de varrição, tapa-buraco, capinação e reforma de calçadas. Teste feito pela Folha em março, porém, mostrou que 3 em cada 4 queixas de problemas nas ruas registrados em um canal direto da prefeitura com o cidadão não são atendidas.
Apesar disso, quando indagados sobre o serviço de limpeza, 50% apontam melhoria. Em relação ao sistema de saúde, a avaliação de avanço atinge somente 27% dos moradores -em 90 dias, Doria cumpriu a promessa de zerar a fila de exames médicos deixada por Haddad.
Até aqui, Doria tem explorado a figura de gestor nas redes sociais. Aparece de madrugada em um ônibus ou nos finais de semana na reforma de uma praça. Já a política agressiva de pedir doações à cidade para empresários de diferentes setores, como carros e banheiros químicos, é vista como pouco transparente (31%) ou nada transparente (45%) pela maioria.
Doações - A prefeitura tem recebido doações de várias empresas. Na sua opinião as elas são:
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