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Cinco dias após massacre, corpo de atirador continua no IML
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DO RIO
Passados cinco dias do ataque que matou 12 adolescentes da escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste do Rio), o corpo do atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23, continua no Instituto Médico Legal, no centro da cidade.
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Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, nenhum parente apareceu no IML para fazer o reconhecimento e assinar a liberação do cadáver.
Funcionários do instituto informaram à Folha que num prazo de 72 horas somente alguém da família pode retirar o corpo. Após este período, no entanto, qualquer pessoa, vizinho ou amigo que o reconheça pode fazer a liberação.
Caso o corpo não seja reclamado dentro de 15 dias, o jovem será enterrado como indigente no cemitério de Santa Cruz, na zona oeste da cidade.
CARTAS
Em anotações encontradas pela polícia em sua casa, o atirador pôs a culpa pelo massacre nos que o humilharam na escola na adolescência. Os manuscritos foram exibidos ontem no "Fantástico", da TV Globo.
"Muitas vezes, aconteceu comigo de ser agredido por um grupo e todos os que estavam por perto debochavam, se divertiam com as humilhações que eu sofria sem se importar com meus sentimentos", escreveu ele.
"Não sou eu o responsável pela morte de todos", prosseguiu. A culpa, de acordo com o atirador, é dos que "se aproveitam da bondade ou da inocência de um ser".
Um psicólogo forense do IML vai traçar o perfil psicológico de Wellington em até 30 dias, quando também deve ser concluído o inquérito do caso.
Ricardo Moraes-10.abr.11/Reuters | ||
Pessoas prestaram homenagem no domingo em Copacabana às vítimas do massacre em uma escola municipal |
MASSACRE
A tragédia ocorreu por volta das 8h30 de quinta-feira (7), após Wellington entrar na escola onde cursou o ensino fundamental e dizer que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar nos alunos.
Relatos de sobreviventes afirmam que ele mirava na direção nas meninas. Uma das alunas contou aos policiais que, ao ouvir apelos para não atirar, Oliveira mirava na direção delas, tendo como alvo a cabeça.
Os policiais informaram ainda que, pelas análises preliminares, há indicações de que Oliveira treinou para executar o crime.
Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves relatou que Oliveira chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam escondidos. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira se matou com um tiro na cabeça.
A motivação do crime será investigada. De acordo com a polícia, o atirador usou dois revólveres e tinha muita munição. Além de colete a prova de balas, usava cinturão com armamento. Em carta (leia íntegra aqui), o criminoso fala em "perdão de Deus" e diz que quer ser enterrado ao lado de sua mãe.
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