"Nós vamos ser campeões", afirma Renato Gaúcho
Próximo de se tornar o primeiro brasileiro a conquistar a Taça Libertadores da América como jogador e treinador, Renato Gaúcho deixou a modéstia de lado para a decisão contra a LDU, do Equador, nesta quarta-feira, às 21h50, no estádio do Maracanã.
Em entrevista à Folha, ele afirmou que os cariocas vão "ser campeões", diz saber tudo sobre futebol e declarou que não gosta de teoria no campo.
Ao contrário dos técnicos disciplinadores, Renato acredita que "jogador não é escravo" e permite que seus pupilos caiam na noite desde que rendam depois no jogo.
O ex-jogador, que venceu a Taça Libertadores em 1983 com o Grêmio, contou também que deseja comandar a seleção brasileira e afirma ter tido relação sexual com mais de mil mulheres.
FOLHA - Após perder a primeira partida, você acredita no título?
RENATO - Nós vamos ser campeões. O time deles é bom, mas sou mais o meu. Passamos por vários gigantes, São Paulo, Boca Juniors. Precisávamos fazer dois gols no São Paulo e fizemos três. Por que não podemos fazer três gols na LDU? Não estou falando da boca para fora.
FOLHA - Como você define o seu estilo de trabalho?
RENATO - Gosto da prática. Não gosto de teoria. Quando quero que o jogador faça algo, eu mostro no campo. Por isso, acho que tenho vantagem diante dos outros. Este lado jogador me ajuda muito. Conheço tudo. O jogador não fica em dúvida. Quando ele me olha, sei o que está pensando pela experiência que tenho. Na sala de aula, é diferente. O professor só mostra. Prefiro mostrar na prática. No futebol, a maior parte é dentro do campo. Sei que ali é que eles vão ganhar. Se ficar só na teoria, não se chega a lugar algum.
FOLHA - Você foi um jogador polêmico. Gostava da noite, namorou belas mulheres, tomava cerveja. Um jogador com o seu perfil tem espaço neste time do Fluminense?
RENATO - Claro. O Renato jogaria porque era fora de série (risos). Prefiro um cara que saia na noite, tome o seu chope, vá a uma boate, mas chegue ao dia do jogo e dê trabalho para o adversário. Não gosto destes que vão dormir às 20h, tomam suco de laranja, mas não vejo em campo no domingo. Falo aos jogadores para fazerem o que quiserem lá fora. Mas digo que, dentro do clube, é comigo. Se eles não renderem no campo, eles ficam de fora. Agora, se fizerem a parada deles lá fora, mas se garantindo no campo, não tem problema. Jogador não é escravo.
FOLHA - Você já disse que pretende dirigir a seleção brasileira. Sente-se pronto para o cargo?
RENATO - O treinador que fala que não quer chegar à seleção é um mentiroso. Não estou falando que é agora. Um dia vai chegar [a oportunidade]. Vários já estiveram lá, mas deixa o Dunga trabalhar.
FOLHA - Você já usou drogas?
RENATO - Isto é de cada um. Nunca me envolvi com drogas. Cada um é dono do seu nariz. Não tenho nada contra, mas cada um vive sua vida. Não vou mudar o mundo, mas não gosto de drogas. Bebo o meu chope, o meu vinho... Isto faz mais minha cabeça do que drogas.
FOLHA - É verdade que você fez mais sexo do que gols?
RENATO - (risos) Muito mais mulher (risos). Mas deixa isto para lá. Eu transei com mil mulheres antes dos 20 anos. Segue. Faça outra pergunta.
FOLHA - Qual a importância da Libertadores para a sua carreira de treinador?
RENATO - Vai carimbar o meu trabalho. Estou muito feliz de ter chegado aqui, algo inédito para todos. Podemos ganhar o maior título da história do clube. Eu já estou na história do Fluminense. Fiz o gol de barriga [que deu o título do Estadual de 95] e agora ajudei a levar o clube para a final da Libertadores. Quero ficar ainda mais importante. Além disto, serei o primeiro brasileiro a conquistar a Libertadores da América como treinador e jogador.
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