Na contramão de queda, mulheres do Brasil fazem história e quebram tabus
Vigésimo terceiro colocado no quadro de medalhas da Olimpíada de Pequim, o Brasil sofreu uma sensível queda em relação a Atenas-2004, quando foi 16º no geral --cinco ouros há quatro anos, contra apenas três agora. Entre as mulheres, porém, o país registrou na capital chinesa sua melhor participação em Jogos Olímpicos na história, além de ter quebrado uma série de tabus.
Em Pequim, as brasileiras conquistaram duas medalhas de ouro, uma de prata e três de bronze, desempenho nunca antes alcançado. Até então, o país somava apenas dez medalhas femininas no total --na Grécia, há quatro anos, foram só com duas pratas.
O único ouro entre as mulheres antes dos Jogos-2008 era o de Jacqueline Silva e Sandra Pires, no vôlei de praia de Atlanta-1996.
Mike Blake/22.ago.2008/Reuters |
Maurren Maggi vibra após conquistar inédito ouro feminino em competições individuais. |
As façanhas históricas na capital chinesa começaram com a judoca Ketleyn Quadros. Ao faturar o bronze na categoria até 57 kg, ela se tornou a primeira atleta brasileira a conseguir uma medalha individual na história -- e também a primeira judoca do país a ir ao pódio.
O mesmo fizeram Fernanda Oliveira e Isabel Swan na vela, que levaram o bronze na classe 470 e foram as primeiras mulheres do Brasil a ir ao pódio na modalidade.
Com seu ouro no salto em distância, Maurren Maggi tornou-se a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha no atletismo e levou o primeiro ouro individual feminino na história olímpica.
Bronze na categoria acima de 67 kg do taekwondo, Natália Falavigna colocou a modalidade como novidade no quadro histórico de medalhas para o Brasil.
No futebol, pela terceira Olimpíada seguida, o time feminino consegue resultado melhor que o masculino: repetiu a prata de 2004, enquanto os homens levaram o bronze.
Mesmo quando fizeram feio, como no basquete, onde não passaram da primeira fase, as mulheres ainda foram melhores do que os homens --que, no caso, nem se classificaram.
Em alguns eventos, o Brasil feminino não foi ao pódio, mas obteve performances nunca vistas antes, como no revezamento 4 x 100 m do atletismo, em que as atletas ficaram na quarta posição, superando gigantes como EUA e Jamaica, que foram desclassificados por falhas durante a prova.
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