China deporta oito americanos detidos durante os Jogos
O governo da China deportou nesta segunda-feira oito cidadãos americanos detidos em Pequim na semana passada por se manifestarem a favor do Tibete durante os Jogos Olímpicos. A liberação ocorreu dois dias depois de a Embaixada dos Estados Unidos exigir o retorno dos americanos.
Os detidos foram embarcados domingo em um vôo da Air China com destino a Los Angeles. Os EUA haviam exigido no sábado (23) a liberação imediata de oito condenados a dez dias de prisão por protestos pela libertação do Tibete.
A região foi palco de protestos de monges em março a favor da independência da região. Segundo números de Pequim, ao menos 20 pessoas morreram (em sua maioria chineses no planalto do Tibete). Desde então, a manifestação conta com o apoio da população civil e da comunidade internacional.
Susan Stevenson, porta-voz da embaixada americana em Pequim, afirmou à France Presse que os EUA pediram "a imediata liberação [dos cidadãos detidos e que o país] acompanhará este caso de perto". "Estamos decepcionados porque a China não aproveitou os Jogos Olímpicos para demonstrar maior tolerância e mais abertura."
Segundo ela, autoridades americanas conseguiram se reunir com os oito manifestantes pró-tibetanos e eles disseram que não sofreram maus-tratos.
Entre os libertados estão Jeremy Wells e John Watenberg, detidos no dia 21 de agosto junto com a britânica Mandie McKeown e a alemã de origem tibetana Florian Norbu Gyanatshang, quando desdobraram uma bandeira tibetana perto do estádio olímpico.
Os outros seis libertados, detidos no dia 19 de agosto, são James Powderley, Brian Conley, Jeffrey Rae, Jeffrey Goldin, Michael Liss e Tom Grant.
Powderly, 31, é um artista grafiteiro que pretendia organizar uma performance a favor da independência do Tibete, enquanto Conley é autor do popular blog "Alive in Bagda".
Estrangeiros
A organização Estudantes por um Tibete Livre (SFT, na sigla em inglês), informou que a britânica e a alemã continuam detidas em Pequim. Todos eles foram condenados, por "alterar a ordem pública".
O ministério das Relações Exteriores do Reino Unido informou sexta-feira que a britânica detida, Mandie McKeown, seria expulsa dia 31 de agosto após cumprir dez dias de prisão.
A SFT acusou o Governo chinês de "deter extrajudicialmente" seus membros, e assegurou que durante o evento esportivo "centenas de cidadãos chineses foram postos sob prisão domiciliar, desapareceram ou sofrem em campos de reeducação, devido à campanha olímpica contra os defensores dos direitos humanos".
Também destacou que "milhares de tibetanos permanecem desaparecidos ou detidos na campanha da China contra os protestos predominantemente pacíficos que começaram em Lhasa no dia 10 de março e se estenderam por todo o Tibete".
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