Palmeirense morto em briga era irmão de torcedor baleado em 2011
Agosto de 2011: horas antes de um Corinthians e Palmeiras, em Presidente Prudente, o balconista palmeirense Lucas Alves Lezo levou um tiro após confronto com policiais, ficou dois dias internado e recebeu alta.
Março de 2012: horas antes de um Corinthians e Palmeiras, neste domingo, em São Paulo, o estudante palmeirense André Alves Lezo levou um tiro após confronto com corintianos.
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Reprodução/Facebook/Andre Lezo |
O torcedor palmeirense Andre Alves Lezo |
André morreu por volta das 21h do domingo e foi enterrado nesta segunda-feira. Estudava engenharia civil na Uninove. Era irmão de Lucas, o palmeirense que foi baleado e se salvou, ano passado, em Prudente, e que se tornaria o atual vice-presidente da torcida organizada Mancha Alviverde.
Tudo aconteceu na manhã de clássico. A polícia suspeita que o confronto pode ter sido agendado pela internet.
André levou um tiro na cabeça e perdeu massa encefálica. Passou toda a tarde e início da noite internado. Foi enterrado na tarde desta segunda-feira, no cemitério do Jaraguá, em São Paulo.
O tumulto ocorreu na avenida Inajar de Souza, no bairro do Limão, a 8 km do Pacaembu.
Eram cerca de 300 corintianos e palmeirenses, de acordo com a polícia. Seis outras pessoas ficaram feridas, três delas já deixaram o hospital nesta segunda.
Os torcedores rivais se enfrentaram com armas de fogo, pedaços de paus, pedras e barras de ferro. Duas pessoas foram baleadas. Um rapaz de 23 anos foi atingido na bacia. O outro foi Lezo.
Apu Gomes/Folhapress | ||
Familiares e torcedores palmeirenses no enterro de André Alves Lezo, no cemitério do Jaraguá |
Um rapaz de 27 anos foi ferido com uma barra de ferro na cabeça. Estava internado com traumatismo craniano.
O porta-voz da PM, major Marcel Soffner, disse que a corporação foi informada, por volta das 9h, de uma concentração de mais de 200 palmeirenses na avenida.
Duas equipes foram enviadas ao local para fazer o acompanhamento, como é praxe em dias de clássico. Uma hora depois, porém, um grande grupo de corintianos chegou à avenida e começou o tumulto. Foi chamado reforço de policiais.
Dois suspeitos, ligados à torcida do Palmeiras, foram encaminhados ao distrito policial. Moradores apontavam a participação deles no tiroteio. Como nenhuma arma foi localizada, ambos foram submetidos a exame residuográfico (que apura vestígios de pólvora) e liberados.
A Polícia Civil deve investigar a participação dos dois na briga e se o confronto foi agendado pela internet.
Soffner disse que se suspeita do agendamento em razão da enorme quantidade de barras apreendidas. Numa briga casual, não seria possível encontrar tantas.
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