Em crise, São Paulo vira feudo de empresário carioca
Há 12 jogos sem vencer no Brasileiro e desesperado por reforços, o São Paulo buscou abrigo em seu maior parceiro para aumentar o elenco e tentar evitar o rebaixamento.
O empresário Eduardo Uram, que já tinha sete jogadores com contrato com o time do Morumbi, intermediou nas duas últimas semanas três negócios com o clube.
Os zagueiros Antônio Carlos, já apresentado, e Roger Carvalho, que vai se recuperar de uma cirurgia na coxa no Reffis antes de se juntar ao grupo, e o atacante Welliton, em negociação avançada, são clientes do agente.
Divulgação/saopaulofc.net | ||
O zagueiro Antônio Carlos (esq.) já treina no CCT da Barra Funda |
Aloísio, Edson Silva, Carleto, Maicon e Juan, além de Cortês e João Filipe, emprestados a Benfica e Náutico, respectivamente, também compõem o acervo do empresário que transformou o São Paulo em seu feudo privado.
"Essas negociações acabam saltando aos olhos, mas a situação é normal. Não escolho o empresário, mas sim o jogador. Só que o Eduardo tem uma quantidade muito grande de atletas, então a oferta é muito grande e acessível", disse o vice de futebol João Paulo de Jesus Lopes.
Proprietário do Tombense-MG, clube em que a maior parte dos seus atletas estão registrados, Uram tem sob sua tutela atualmente 121 jogadores, segundo o site de sua empresa Brazil Soccer.
Mas nenhum time da Série A tem tantos atletas seus no elenco profissional quanto o São Paulo --o Flamengo tem dez jogadores, mas sete estão nas categorias de base.
Jesus Lopes negou que Uram tenha privilégios no São Paulo. "A gente tenta ser democrático, mas é natural que tenhamos mais contato, mais afeição com um ou outro profissional", disse.
Mas o agente desempenhou um papel fundamental em pelo menos dois dos três negócios envolvendo atletas seus na crise são-paulina.
Ciente de que o clube precisava de reforços para a defesa e o ataque, ofereceu o zagueiro Roger Carvalho para se recuperar de lesão e intercedeu para que Welliton não assinasse com o Coritiba.
A proximidade com o Uram é vista até por dirigentes são-paulinos como sintoma da falta de conhecimento de futebol da atual gestão. A dificuldade para buscar reforços teria levado a um tipo de terceirização das contratações.
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