Novo presidente da APO diz que sua função na Rio-2016 será 'de combate em tempo de paz'
Responsável por monitorar investimentos e obras para os Jogos do Rio, a APO (Autoridade Pública Olímpica) foi esvaziada nos últimos anos pelos envolvidos na organização do evento e não conseguiu nem apresentar o orçamento atualizado da competição.
Em agosto, o ex-ministro Marcio Fortes renunciou ao cargo após travar por dois anos nos bastidores uma disputa com os representantes dos governos federal, estadual e municipal que são sócios do consórcio.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, chegou a declarar há dois meses que a entidade é desnecessária.
Neste cenário turbulento, o novo presidente da APO, general Fernando Azevedo e Silva, assumiu nesta semana o cargo a pedido da presidente Dilma Rousseff e definiu o seu trabalho como se fosse uma missão militar.
"É um combate em tempo de paz", afirmou o general, que participou da sua primeira solenidade pública dos Jogos do Rio nesta sexta-feira.
José Cruz -7.mai.2013/ABr | ||
O general Fernando Azevedo e Silva dá entrevista em Brasília |
O militar definiu sua principal missão no início do seu mandato. Ele quer apresentar até o início do próximo ano a matriz de responsabilidade da Olimpíada (orçamento), que já sofreu sucessivos atrasos.
"Essa missa vai ser rezada agora. É uma obrigação nossa. Isso é uma exigência do COI [Comitê Olímpico Internacional] e todos os entes estão focados", afirmou Silva.
Inicialmente, os Jogos estão orçados em R$ 28 bilhões. O número foi estabelecido na vitória da candidatura carioca em 2009 e não foi mais atualizado.
"A matriz de responsabilidade tem que ser acompanhada e atualizada sempre. Ela é mutável, mas dá um norte ao trabalho", disse o general, que participou da organização da edição carioca dos Jogos Mundiais Militares em 2011.
A criação do órgão foi um dos compromissos assumidos pelo Brasil com o COI, baseado na experiência bem-sucedida de Londres-2012. A diferença é que a entidade inglesa tinha um orçamento bilionário e poder para tocar as obras.
No Rio, a APO não terá poder de executar as empreitadas e contará com um orçamento de R$ 150 milhões.
O general não quis comentar as dificuldades enfrentadas por Fortes no cargo.
"Não vou ficar olhando para trás. Vou pensar para frente. No Exército, usamos um ditado: 'Missão dada é missão cumprida'", disse, usando o bordão que ficou famoso no cinema graças ao personagem capitão Nascimento (Wagner Moura) do filme "Tropa de Elite".
"Mas não sou ele. Sou o general Fernando", acrescentou, dando uma risada.
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