Nado sincronizado tem o pior resultado em 20 anos
A delegação do nado sincronizado do Brasil teve, no Pan Americano de Toronto, o pior resultado desde os Jogos de Mar del Plata-1995. O grupo encerrou sua participação neste sábado (11) sem conquistar medalha nem na competição por equipe, nem no dueto.
As oito atletas do Brasil ficaram em quarto na disputa por equipe nesta tarde, atrás do Canada (ouro), México (prata) e Estados Unidos (bronze). A diferença para o pódio foi de 2,3 pontos em 200 possíveis.
A equipe executou na rotina livre uma coreografia tendo como tema o Carnaval. Durante a apresentação, representaram um desfile de escola de samba, o Cristo Redentor e até passo de funk. A avaliação dos jurados deixou a equipe fora do pódio.
A apresentação, somada à rotina técnica apresentada na sexta (10), somou 163,7606 pontos. O Canadá obteve 178,1094, o México 172,5073 e os Estados Unidos 166,0351
Pela manhã, Luisa Borges, 19, e Maria Eduarda Miccuci também ficaram em quarto, fora do pódio.
EVOLUÇÃO E TRADIÇÃO
É a primeira vez desde o Pan de 1999, em Winnipeg (Canadá), que o nado sincronizado sai sem uma medalha. Naquele ano, o Brasil obteve um bronze com o dueto. Tanto em Santo Domingo-03, como no Rio-07 e em Guadalajara-11 o dueto e a equipe repetiram o terceiro lugar.
O resultado ruim ocorre após a chegada da renomada técnica canadense Julie Sauvé, dona de oito medalhas olímpicas. A aposta da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) era que ela pudesse ajudar na evolução das nadadoras do país.
Contudo, o Brasil perdeu espaço no pódio para o México. A evolução das adversárias chamou a atenção. Elas ultrapassaram não só o Brasil, como também os Estados Unidos, conquistando prata tanto no dueto como na equipe.
"Foi uma evolução das adversárias, com certeza. México está pegando os elementos de outros países, como da Espanha e do Canadá com uma boa tradição. A gente evoluiu bastante também, mas não foi o suficiente para entrar no mesmo nível de notas. Aqui não conseguimos manter a nossa nota, nem a nossa medalha. Isso é esporte", disse Lara Teixeira, com a voz embargada.
Já Branca Feres e Maria Eduarda Miccuci afirmaram que a tradição pesou nas notas dos jurados, beneficiando os Estados Unidos.
"Infelizmente no nosso esporte a tradição pesa muito. A coreografia dos Estados Unidos é muito mais fácil do que a nossa. Assim como a das mexicanas, artisticamente também", afirmou Feres.
"A gente sabe que pesa um pouco a tradição", completou Miccuci.
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