|
E
se não houvesse corrupção?
Na contabilidade
da mazela pública, foram divulgados cálculos
informando que os desvios da Sudam, região do senador
Jader Barbalho, chegam a R$ 1,7 bilhão em apenas dez
anos; na Sudene, zona de influência do senador Antônio
Carlos Magalhães, mais R$ 1,6 bilhão.
Imagine
se alguém tivesse a capacidade de contabilizar, com
um mínimo de precisão, quantas reproduções
de Sudam e Sudene ocorrem em todo o país: as concorrências
superfaturadas, passando pelas obras desnecessárias
apenas para alimentar empreiteiros, financiadores de campanhas,
empréstimos ruins, carentes de uma análise técnica,
pressão dos empresários que não pagam
seus débitos, a concessão ou manutenção
de subsídios articulados no jogo política, contratação
de parentes e correligionários eternizados nas folhas
de pagamento, e assim por diante. Os bancos oficiais como
Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal estão
repletos de listas de empréstimos que não voltaram
e o dinheiro não é resgatado, muitos vezes porque
o endividado tem força no Congresso.
Imagine-se
mais: imagine-se quanto a União, Estados e Municípios
não pagam de juros, produzidos por esses descalabros,
uma vez que foram convertidos em dívidas públicas.
É
impossível fazer essa conta com precisão; no
máximo, uma estimativa.
Mas se
apenas Sudam e Sudene custaram R$ 3,3 bilhões, posso
calcular, sem medo de errar, que, tivéssemos um nível
zero de corrupção e todo aquele dinheiro desperdiçado
fosse aplicado em programas sociais, não haveria, no
país, uma única criança desnutrida e
uma única família indigente sem algum programa
de renda mínima.
|
|
|
Subir
|
|
|