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17/03/2008 - 11h31

Análise: Hillary luta contra perda do apoio do eleitorado negro

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CAREN BOHAN
da Reuters, em Washington

A idéia cada vez mais disseminada de que a disputa democrata pela nomeação é uma questão racial diminui o apoio dos eleitores negros a Hillary Clinton. No início da campanha, a senadora contava com o apoio dos afro-americanos --fruto da popularidade de seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, entre este público.

Alguns acusam Hillary de tentar desenhar seu oponente, Barack Obama, como um candidato de apelo limitado para marginalizar sua candidatura e aumentar suas chances de ganhar a nomeação do partido democrata.

Obama será o primeiro presidente negro dos EUA, caso seja eleito. Ele lidera a corrida democrata com uma vantagem de 139 delegados, segundo dados da rede de televisão CNN. Hillary seria a primeira mulher a ocupar a Casa Branca.

A sugestão de Hillary para a formação de uma "chapa dos sonhos" com Obama como seu vice-presidente lembrou aos afro-americanos os tempos em que os negros, considerados como cidadãos de segunda classe, podiam sentar-se somente nos bancos de trás dos ônibus.

"Sem ofensa, mas é típico que a pessoa branca ofereça o segundo lugar, e diga que ficará com o primeiro", afirmou o caminhoneiro Jasper Clark, em um recente evento de campanha de Obama em Jackson, Mississippi. Neste mesmo dia, a mera menção do nome de Hillary causou vaias do público majoritariamente negro.

Obama tenta ganhar popularidade discutindo sua ascendência como o filho de uma mulher branca de Kansas e um homem negro do Quênia. Ele quer destacar sua mensagem de que os Estados Unidos podem ir além das divisões raciais, mas o assunto continua surgindo.

Polêmica dos assessores

Os dois lados acusaram-se de ter injetado a questão racial na campanha. Na semana passada, eles trocaram ataques sobre a polêmica envolvendo Geraldine Ferraro, uma ex-assessora de Hillary que foi a primeira candidata ao cargo de vice-presidência em 1984.

Em comentários que alguns viram como preconceituosos, Ferraro atribuiu a liderança de Obama ao fato deste ser negro. Mais tarde, ela demitiu-se da equipe de Hillary. A senadora repudiou seus comentários e disse "arrepender-se profundamente".

Já a campanha de Hillary acusa Obama de trazer o assunto racial de volta a tona quando chamou a atenção repetidamente para os comentários de Ferraro. Alguns analistas dizem que Ferraro poderia provocar ressentimento de alguns americanos brancos sobre as propostas de políticas de inclusão voltadas para ajudar minorias a superar a discriminação.

Muitos negros norte-americanos dizem que tal ressentimento acaba ofuscando os feitos dos candidatos. "É a idéia de que uma pessoa negra com uma graduação de direito em Harvard e uma carreira legislativa distinta somente chegou lá por sua cor. Isso é surreal", criticou William Jelani Cobb, professor de história em um colégio de Atlanta.

"É comparável ao mesmo argumento cansativo que profissionais negros bem sucedidos ouvem: 'Ela ou ele só chegou lá por causa de políticas inclusivas'", completou Patricia Gunn, professora de direito da Universidade de Ohio que apoia Obama.

Queda nas pesquisas

Nas pesquisas, Hillary tem dividido o apoio do eleitorado negro com Obama. Mas muitos consideraram ofensiva a comparação feita por Bill Clinton após a vitória de Obama na Carolina do Sul. Ele disse que a situação assemelhava-se à vitória de Jesse Jackson, um afro-americano que concorreu a Presidência em 1984 e 1988, mas atraiu pouco apoio na escala nacional.

Alguns disseram que os comentários de Clinton foram uma tentativa de marginalizar Obama como o único candidato negro nos Estados Unidos. Hillary pediu desculpas na semana passada pelo marido.

Mas sua popularidade entre os negros continua a cair. Na Carolina do Sul, oito em dez negros apóiam Obama. Esta margem aumentou para mais de nove em dez na primária do Mississippi.

A equipe de Obama espera que esta mensagem de transcender a divisão racial traga apelo de todo o país. Eles enfatizam que suas vitórias foram não só em Estados de maioria negra, mas principalmente em locais como Iowa, Wiscosin e Idaho que contam com grande eleitorado branco.

Obama está enfrentando uma controvérsia em sua própria campanha. Seu antigo pastor da Igreja de Chicago, reverendo Jeremiah Wright afirmou que os Estados Unidos acreditam "na supremacia branca e na inferioridade negra". O candidato, que freqüentou a igreja por 20 anos, rejeitou os comentários de Wright que classificou como "incendiários".

Em um evento de arrecadação de verbas, no sábado (15), Obama relacionou os comentários de Ferraro e Wright como política do passado: "Nós continuaremos lutando com estes demônios".

Comentários dos leitores
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
As "autoridades" de imigração dos eua encobriram maus-tratos a estrangeiros e falta de atendimento médico nos casos de detidos mortos na prisão nos últimos anos, denunciou o jornal "The New York Times". A informação é parte do conteúdo de documentos internos e confidenciais obtidos pela publicação e a ONG União Americana de Liberdades Civis. Ambos se acolheram a uma lei de transparência que obriga à divulgação deste tipo de informação pelo governo. Os documentos mencionam os casos de 107 estrangeiros que morreram nos centros de detenção para imigrantes desde outubro de 2003. "Certos funcionários, alguns deles ainda em postos-chave, usaram seu cargo para ocultar provas de maus-tratos, desviar a atenção da imprensa e preparar declarações públicas com desculpas, após ter obtido dados que apontavam os abusos". É mais uma da "democracia" estadounidense que vive apontando o dedo para os outros. Quanto tempo e quantas patifarias ainda faltam para que alguns reconheçam que "liberdade e democracia" são MITOS nos eua. Ali acontece todo o tipo de manipulação, tortura, conchavo, tráfico, suborno, violência, abuso, enfim, toda a sorte de patifarias. Os eua estão mergulhados no mais profundo colapso em TODOS os sentidos. Não dá mais para encobrir que eles não se diferenciam em nada de TODOS os regimes que criticam, mas, como tem o poder das armas e são totalmente influenciados pela doutrina nazi sionista racista e fascista, são os maiores e verdadeiros grandes TERRORISTAS do mundo. São os condutores das maiores mazelas nos 4 cantos e o povo estadounidense precisa recuperar o poder e realmente conseguir resgatar sua Nação. Para começar, é preciso ter presidentes de verdade e não fantoches de 2 partidos que têm os mesmos "senhores", o sionismo internacional. Vivemos um momento decisivo onde devemos apoiar a Resistência mundial e lutar para derrubar o eixo que venceu o outro eixo na 2ª guerra e construir um mundo livre voltado para o socialismo do século XXI. Não ao capitalismo e ao comunismo, duas faces da mesma moeda controladas pelos sionismo. sem opinião
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Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
A situação é periclitante, se antigamente se concedia o Nobel da Paz a quem de algum modo, plantava a paz no mundo, hoje (dada a escassez de boa fé geral) se concede o prémio a quem não faz a guerra... Como diria o sábio Maluf: "Antes de entrar queria fazer o bem, depois que entei, o máximo que conseguí foi evitar o mal"
Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
1 opinião
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honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
Considero ecelente vosso noticiario. Obrigado, aos 83 anos de mnha vida, 8 opiniões
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