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25/03/2007 - 02h30

Salários



"É mais um absurdo esse que nos impinge a classe política. Eles, os iluminados, se auto-reajustam em 26,5%: deputados federais, senadores, presidente da República, o seu vice e, no efeito cascata, se beneficiarão prefeitos, deputados estaduais, vereadores... Por que só eles têm direito a um reajuste mais justo? Por que só 8,8% para o salário mínimo e míseros 3% para os aposentados e pensionistas da vala comum? E por que essa rasteira na decência ao não terem mais de dar satisfação sobre R$ 5.000 na 'verba indenizatória'?"

SILVIO MASSARINI (São Paulo, SP)



"O presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Virgílio Guimarães, acha 'natural que haja uma flexibilidade' nos gastos com a verba para despesas nos Estados. Não deputado! Natural, óbvio e obrigatório (pelo menos no aspecto moral) é justificar toda e qualquer despesa realizada por funcionário público com dinheiro público, seja ele deputado, faxineiro ou presidente da República.
Salários tão distantes da realidade nacional e representantes que não conversam com ela, paralisação das atividades parlamentares por embates políticos e disputas de poder são o caminho mais curto para que nós, sociedade civil, cheguemos à conclusão de que o Congresso é absolutamente dispensável.
Falta pouco."

FEDERICO GUILLERMO ERDOCIA (São Paulo, SP)




Megaoperação policial



"A captura de 2.000 criminosos na operação policial nacional noticiada pela imprensa não é motivo de júbilo. Preocupa-nos saber que por omissão, falta de coragem política, de recursos ou qualquer outro motivo, esses indivíduos, mesmo depois de condenados, permaneceram nas ruas, mantendo sua atividade criminosa e barbarizando a sociedade.
O crime age em tempo integral. Precisamos de polícias bem preparadas, equipadas e eficientes que também trabalhem nesse dia e noite durante os 365 dias do ano. A segurança pública não pode ser movida por 'mutirões' baseados no clamor popular, capazes de produzir altos números. As detenções, assim como o desmonte de atividades criminosas, devem ser algo permanente, possivelmente tão comuns que nem notícias rendam. Tem de se combater o mal logo no seu nascedouro, jamais esperar que ele cresça.
Os governantes precisam assumir o ônus de uma possível impopularidade quando o assunto é combater o crime. Também devem estar conscientes de que as polícias carecem de equipamentos, logística e homens bem treinados e com salários condizentes. No dia em que esses requisitos estiverem preenchidos, o Brasil não precisará mais recorrer aos mutirões que, ao mesmo tempo em que mostram uma reação do hoje, deixam a nu a omissão do ontem."

DIRCEU CARDOSO GONÇALVES, tenente, presidente da Apomi _Associação dos Policiais Militares do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)




Literatura



"Já havia me incomodado ao ler a reportagem de 17/03 sobre o projeto literário intitulado pela Folha de 'bonde das letras'. Não pela idéia do projeto em si, mas pelas escolhas das cidades envolvidas. Em 24/3, a idéia ganhou novamente as páginas do jornal.
Eu, como leitor (de livros), tenho o maior interesse em ler sobre as emoções das pessoas em Luanda, Uidá (Benim), Lagos, em Adis Abeba (Etiópia); ou nas entranhas das esquecidas ilhas caribenhas, na Jihad árabe... Muito mais interessantes, a meu ver, que na velha e desgastada Europa do século 21.
A explicação de Cuenca para a Folha (na edição de 24/3), ao dizer que a escolha das cidades levou em conta os aspectos 'mercadológicos' e 'identificação dos autores', é uma burrice mercadológica, marasmo intelectual e, convenhamos, 'pega muito mal' pois dá a impressão que nossos autores e leitores são um bando de idiotas que se identificam só com a Europa, e dane-se o poético do resto do mundo. Estamos em 2007; provavelmente em 1950 a maioria dos leitores gostaria de se aventurar por São Petersburgo, Paris ou Praga através de algum escritor brasileiro. Hoje, parte de nós _escassos leitores desse país_ também gostaria de experimentar a África, o mundo árabe, lugares onde inclusive está aparecendo grande parte dos grandes autores de nosso tempo. Caso eu esteja errado, terei que continuar vasculhando a Amazon.com para perceber o amor em Madagascar. O projeto de Cuenca e Teixeira parece novo; já as idéias e premissas poderiam ter surgido facilmente na 'belle époque carioca' do século 19."

UIRÁ FELIPPE GARCIA (São Paulo, SP)




TV pública e paga



"Sem entrar no mérito da conveniência ou não de um novo canal estatal, surpreende o artigo 'Pagando para não ver', no qual de Nelson Motta propõe a criação do 'bolsa-TV' para levar os canais pagos (Net-Sky) a 200 milhões de carentes.
Assinante que sou da DirecTV/Sky, não sei como os tais carentes se beneficiariam com uma programação que prima pelo desrespeito ao espectador e ao cidadão brasileiro: filmes repetidos ad aetenum _na mesma semana, quando não no mesmo dia_ e que, quando trazem legenda e esta não desaparece subitamente em meio à apresentação, brindam-nos com um sórdido portunhol ou um português que está longe de merecer esse nome. Filmes que, embora transmitidos pela TV paga, são repetidamente bombardeados por uma publicidade castelhana que, além de enaltecer produtos e serviços que não são comercializados no nosso país, têm uma qualidade que envergonharia qualquer calouro de faculdade de propaganda. Mensalidades altíssimas, atreladas a 'pacotes' que obrigam um usuário de 80 anos a pagar 20 canais de programação infanto-juvenil; e jovens amantes do rap a engolirem 15 canais de ópera-bufa.
Que cultura, que educação, que informação, que diversão e arte vê o colunista em velhos filmes de Chuck Norris, nos programas de auditório italianos, nas receitas de decoração norte-americanas e na predominante avalanche de filmes trash? Melhor serviço prestaria o costumeiramente sóbrio e crítico Nelson Motta se procurasse mobilizar as sonolentas autoridades _quem sabe o Ministério Público_ a atentar para os descalabros a que são submetidos os assinantes de TV paga no Brasil."

IZA MADEIRA (São Paulo, SP)



"Não tenho nenhum reparo a fazer aos comentários de Nelson Motta ('Pagando para não ver') quanto à intenção de fazer uma TV estatal (ou, como quer Hélio Costa, TV pública). Será que o ministro e o presidente não teriam um destino melhor para os R$ 500 milhões (que é só o começo, pois os gastos para manter a TV no ar empregando os apaniguados não parariam por aí)? Todos os dias temos uma notícia que nos deixa mais enojados com a capacidade que a classe política tem para querer usar o dinheiro dos impostos que pagamos em benefício próprio."

MARIA TEREZA MONTES RODRIGUES (São Paulo, S)




Coluna



"A propósito do comentário sobre Battisti (Vai pra casa, Battisti!', Cotidiano, 23/3), gostaria de dizer que esse é um estranho modo de lidar com acontecimentos que constituem o subsolo das nossas democracias. Se hoje o direito chama terrorismo algumas formas de resistência política que existiram durante os 'anos de chumbo' e que influíram na configuração das atuais relações de poder entre governo e governados, deveríamos, pelo menos, ser respeitosos. A dissidência não faz de ninguém inocente ou culpado, ela existe e resulta do próprio exercício do poder."

NILDO AVELINO, doutorando em Ciências Políticas pela PUC-SP, pesquisador no Núcleo de Sociabilidade Libertária e ex-secretário do Centro de Cultura Social de São Paulo (São Paulo, SP)

 

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