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Abstenção caiu onde houve recadastramento

Capitais que fizeram recadastramento tiveram ausência média de 9,9% no 1º turno, ante 17,4% das que não fizeram

São Paulo teve, no 2° turno, o maior índice de abstenções desde a introdução da urna eletrônica, com 19,99%

ERICH DECAT

DE BRASÍLIA

As capitais nas quais o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não fez o recadastramento de eleitores tiveram, em média, o maior percentual de abstenção nas eleições deste ano.

Levantamento da Folha constatou que esse cenário se repetiu tanto no primeiro quanto no segundo turno.

Na primeira rodada da disputa municipal, a média dos eleitores faltosos que moram em Curitiba, Maceió, Aracaju, Porto Velho e Goiânia, que passaram pelo recadastramento, foi de 9,9%.

Nas demais capitais, a média dos faltosos foi de 17,4%. As taxas variaram de 14,6% (Manaus) a 19,9% (Salvador).

No segundo turno, a média de abstenção em Curitiba e Porto Velho, que tiveram recadastramento, atingiu 11,98%, abaixo da média de 19,32% de abstenção das outras 15 capitais em que não houve recadastramento.

O TSE começou em 2007 a recadastrar os eleitores para captar os dados biométricos, por meio de coleta das digitais. A escolha dos locais foi feita a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais. Em 2012, cerca de 300 cidades contaram com esse sistema.

AUSÊNCIA

A discussão sobre o número de abstenções ganhou força com o grande número de eleitores que deixou de comparecer às urnas. No domingo, a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, disse que o tema "preocupa". O segundo turno em São Paulo teve o maior índice de abstenções desde a introdução da urna eletrônica: 19,99% ausentes.

"De certa forma, há relação entre a abstenção e o recadastramento. Quando se olham as cinco cidades, no caso do primeiro turno, o que atingiu todas elas foi o recadastramento", diz Carlos Ranulfo, cientista político da UFMG.

Nas eleições de 1955, a abstenção chegou a 40,3%. Em 1956, foi feito um recadastramento e a taxa despencou para 8% na eleição de 1958.

O TSE não se manifestou sobre o assunto ontem.

Um dos problemas do não recadastramento é a falta de atualização de eleitores que morreram. Outro é o número de eleitores no exterior -são 200 mil cadastrados e outros 2,8 milhões vivendo ilegalmente fora do país, diz o TSE.

Além do recadastramento, a Justiça Eleitoral também realiza periodicamente campanhas para que o eleitor que tenha pendências regularize a sua situação para votar.


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