Eleito prefeito de Campinas (SP) em uma disputa municipal que tomou contornos nacionais, Jonas Donizette (PSB) aposta que seu partido pode se tornar uma "terceira via" na política, reduzindo a polarização entre PT e PSDB.
O PSB foi o partido que mais cresceu em número de municípios administrados desde a última eleição, e o presidente nacional da legenda, o governador Eduardo Campos (PE), passou duas vezes por Campinas para fazer campanha para o aliado.
A vitória na cidade -terceiro maior colégio eleitoral do Estado- foi apontada por Campos como "fundamental" para o crescimento nacional do partido.
Para Donizette, as vitórias do PSB devem ser atribuídas ao governador de Pernambuco. "Eduardo Campos é a nossa arma secreta. O nosso diferencial para crescer no Brasil é que outros partidos grandes não possuem essa liderança tão emergente como ele", disse o prefeito eleito.
Questionado se o PSB hoje surge como terceira via, Donizette disse que sim. "O ambiente político do Brasil está se transformando rapidamente e vai continuar nesse caminho, o PSB já rompeu uma linha de partido médio e está avançando", afirmou.
Segundo ele, o PSDB do governador Geraldo Alckmin terá "o mesmo peso" que outros partidos na administração de Campinas, mas "é um parceiro importante" para buscar parcerias estaduais.
O vice de Donizette em Campinas será o tucano Henrique Magalhães Teixeira.
A aliança do PSB com o PSDB foi alvo de críticas de petistas -o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), falou num "equívoco político" do PSB.
Donizette foi eleito com 58% dos votos, ante 42% de Marcio Pochmann (PT), candidato indicado por Lula.
A derrota, no entanto, foi relativizada pelo PT, já que o candidato, estreante em eleições, começou a campanha com 1% das intenções de voto e conseguiu chegar ao segundo turno.