A conclusão da apuração nas capitais em que houve segundo turno confirmou boa parte das tendências identificadas por institutos de pesquisa em levantamentos divulgados na véspera da votação.

"Com apenas dois candidatos, o eleitor tem um grau de decisão mais consolidado", diz a diretora do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari.

Ela afirma que o grau de acerto das sondagens de véspera do Ibope subiu de 94,3% para 97,7% do primeiro para o segundo turno.

O diretor de pesquisas do Datafolha, do Grupo Folha, Alessandro Janoni, diz não concordar com a ideia de que o estreitamento da disputa no segundo turno facilite o trabalho dos institutos.

"Uma vantagem de dez pontos, que pode parecer segura, na verdade é de cinco", diz ele. "Se há um fator que mobiliza o eleitorado, e um dos concorrentes cai cinco pontos, o outro ganha automaticamente cinco. Os movimentos são mais abruptos."

Ambos frisam que é incorreto comparar levantamentos de véspera de eleição com relatórios de apuração.

"O levantamento de véspera não quer acertar número, mas sim apontar tendências que podem se estagnar ou se acirrar no dia da eleição", afirma Janoni.

Alguns aperfeiçoamentos introduzidos pelo Ibope ao longo dos anos incluem a tomada da intenção de voto por telefone e o uso de urnas, para não inibir o "voto enrustido". Já o Datafolha tenta medir a volatilidade do eleitor perguntando o grau de certeza e segunda opção.