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ACM Neto exalta vitória de líderes de CPI, mas nega 'surra' em Lula

Prefeito eleito de Salvador afirma que seu triunfo 'sepulta' polêmica de 2005 com ex-presidente

Democrata diz que associação com o avô, Antônio Carlos Magalhães, deu muito mais bônus que ônus

NELSON BARROS NETO

DE SALVADOR

FÁBIO GUIBU

ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

ACM Neto, 33, eleito prefeito de Salvador, exaltou a vitória nas eleições dos que chamou de "protagonistas" da CPI que investigou o mensalão, em 2005: Eduardo Paes (PMDB), Gustavo Fruet (PDT) e Arthur Virgílio (PSDB), além dele, que é do DEM.

À época, ACM Neto disse que seria "capaz de dar uma surra" no então presidente Lula, porque estaria sendo alvo de grampos telefônicos.

O episódio foi explorado pelo candidato do PT, Nelson Pelegrino, e pelo próprio Lula na campanha na cidade.

Ontem, em entrevista à Folha em seu apartamento com vista panorâmica da orla, disse que seu triunfo "sepulta" o assunto. E que não representa, agora, uma espécie de "surra eleitoral" em Lula.

-

Folha - Com a sua vitória, o DEM volta a ser protagonista na política nacional?

Antonio Carlos Magalhães Neto - Várias vezes foi preconizada a morte do Democratas, e ele está aí, vivo, e vai continuar. Qualquer que fosse o prefeito eleito da terceira maior cidade do Brasil, seu partido teria relevância.

Então, pela importância de Salvador, é claro que o Democratas saiu vitorioso. Nós entramos sem nenhum prefeito de capital e saímos com dois [incluindo Aracaju].

O sr. disse que ligou para o vice-presidente Michel Temer, após a apuração, para ele ser seu interlocutor no Planalto.

Estaremos com ele nesta semana. Quero construir as pontes com o governo, tanto com o vice como com os ministros e a presidente.

O que tem a oferecer em troca?

Primeiro, um prefeito comprometido. E, no campo político, a garantia de que ambos vão poder capitalizar e ter os créditos devidos de tudo o que fizerem em Salvador. Vou saber reconhecer e aplaudir o governador e a presidente.

Como o sr. viu o avanço do PSB nestas eleições? É um possível aliado para 2014?

O PSB é um partido que cresceu, tem um grande nome nacional, que é o governador Eduardo Campos [PE], e acho que o DEM tem que ter diálogos não só com ele mas com todos os partidos.

Há rumores de que o senador Aécio Neves já o sondou para o PSDB. Há chance de o sr. ser vice da chapa dele para a Presidência, em 2014?

Aécio é meu amigo e tenho com ele uma relação extremamente próxima, mas só falo de 2014 em 2014.

Em entrevista à Folha, em 1999, o sr. disse que tinha o sonho de ser presidente.

A partir dessa entrevista com Mônica [Bergamo], eu aprendi que não existe pergunta malfeita, existe resposta mal dada. Então, não vou cair na sua [risos]. Eu tinha 19 anos de idade.

Sua vitória, no contexto que foi, representa uma "surra eleitoral" em Lula?

[Risos] Não, veja, quem ganhou foi a cidade. Não tenho nada de pessoal contra o ex-presidente. Acho que esse assunto, graças a Deus, foi sepultado nesta eleição. Meus adversários não poderão mais usar isso. Foi um momento da minha vida.

Agora, tem uma coisa interessante: os quatro protagonistas daquela CPI hoje são prefeitos: Eduardo Paes, Gustavo Fruet, Arthur Virgílio e ACM Neto.

O sr. rejeita o rótulo do carlismo, mas diria que seu avô mais ajudou ou atrapalhou?

Deu muito mais bônus que ônus, muito mais. Se não fosse assim, eu não seria prefeito de Salvador hoje. A base inicial nossa foram os eleitores que sempre admiraram o senador Antonio Carlos. Agora, a minha capacidade de construir um arco muito mais amplo, de quebrar paradigmas, foi o que permitiu que a gente construísse a nossa vitória.


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