Nos EUA, Marta Suplicy reafirma que TV a cabo não será coberta pelo Vale-Cultura
A ministra Marta Suplicy (Cultura) afirmou nesta sexta-feira (15) que "não é pingue-pongue" e não mudará de novo a decisão de excluir a assinatura de TV a cabo das atividades cobertas pelos R$ 50 do Vale-Cultura --"Não no primeiro momento", declarou.
A ideia foi inicialmente cogitada porque, disse a ministra, com a TV a cabo "as pessoas teriam a opção de ver bons filmes sem sair de casa".
"Sou uma pessoa aberta à discussão, mas não sou pingue-pongue", disse Marta ao ser indagada se não voltaria à posição inicial, revista após atrair protestos de artistas.
"Fiz uma proposta que me pareceu interessante na medida em que uma TV fechada pode propiciar 40 e poucos filmes por mês a uma família que more a duas horas de um centro de apresentações", explicou-se a ministra, em entrevistas a correspondentes brasileiros em Washington.
"Mas eu não sei --e por isso eu revi a posição-- como seria a reação das pessoas, se elas optariam por essa comodidade, e isso [ocorreria] em prejuízo do que seria o espírito do Vale-Cultura, que as pessoas assistam a um teatro, cheguem a uma livraria."
Para Marta, cabe ao MinC incentivar as pessoas a saírem do que conhecem e "experimentarem a cultura".
É esta, segundo ela, a meta do benefício de R$ 50 mensais para funcionários de empresas participantes do programa e que recebam até cinco salários mínimos.
"A propaganda vai ser maciça [para isso]", afirmou.
Marta está em Washington desde quinta-feira para visitar o Museu do Holocausto e o Newseum (museu do jornalismo) e coletar ideias para serem usadas no novo Museu da Memória Afrodescendente, a ser criado em Brasília.
Ela também deverá visitar o MoMA (Museu de Arte Moderna), em Nova York, no início da próxima semana.
Narrando um episódio em que assistiu a uma apresentação da dramaturga Denise Stocklos em um CEU na qual a plateia, em seu primeiro contato com o teatro experimental, acabou extasiada e muda, Marta completou: "É isso que tem que ter".
A ministra deixou aberta, porém, a possibilidade de no futuro repensar a inclusão da TV nas atividades beneficiadas pelo vale. "Mas no primeiro momento, não."
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