Ambev projeta 2013 difícil após resultado do 1º trimestre abaixo do previsto
A Ambev espera uma melhora no volume de vendas de cerveja no Brasil a partir do segundo semestre de 2013 devido à sua estratégia comercial e à recuperação do mercado, após ter divulgado resultados abaixo do esperado para o primeiro trimestre.
"Abril foi melhor do que o primeiro trimestre. É mais uma questão de volume do que de preços", afirmou o presidente-executivo da Ambev, João Castro Neves, em teleconferência com analistas.
Ambev tem alta de 1,3% no lucro líquido do 1º trimestre, para R$ 2,34 bilhões
As ações da fabricante de bebidas, que chegaram a cair mais de 2% no começo do pregão desta terça-feira (30), inverteram o sinal e subiram com força no fim da tarde, encerrando o pregão com ganho de 6,02%. O Ibovespa registrou variação positiva de 1,65%.
Para o analista William Alves, da XP Investimentos, a alta das ações da Ambev ocorreu porque a queda do volume de vendas já estava precificada desde janeiro.
O volume de vendas de cerveja no país segue em queda, mas a redução em abril é bem menor do que a vista em março, segundo o vice-presidente de Finanças e de Relações com Investidores da empresa de bebidas, Nelson Jamel.
"No segundo trimestre, o volume segue pressionado, mas deve melhorar ao longo do ano", disse, acrescentando que medidas do governo para controlar a inflação e uma retomada do crescimento da renda disponível irão ajudar nesse sentido.
RESULTADO
A Ambev divulgou mais cedo que teve lucro de R$ 2,34 bilhões no primeiro trimestre, resultado 1,3% superior ao de um ano antes, mas abaixo do esperado por analistas, em meio a um mercado de cerveja pressionado pela renda disponível dos consumidores no Brasil.
O volume de cerveja vendido pela Ambev no país --importante fonte de receita da companhia-- caiu 8,2% de janeiro a março contra igual etapa de 2012. Foi a maior queda pelo menos desde 2005, segundo relatório do Credit Suisse.
A receita líquida no Brasil, incluindo refrigerantes e outras bebidas, teve variação positiva de 0,8% na comparação anual.
Nesse cenário, a empresa reduziu as expectativas para o mercado brasileiro de cerveja e espera agora estabilidade nos volumes ou queda de um dígito percentual em 2013.
Anteriormente, a Ambev previa alta no mesmo nível do ano passado, quando houve expansão perto de 3%.
COPA DAS CONFEDERAÇÕES
O crescimento do volume de embalagens retornáveis, a introdução do formato em novos canais de vendas, a contínua evolução de marcas premium no Brasil e um aumento do market share no Norte e Nordeste estão entre as prioridades comerciais da Ambev.
Além disso, a proximidade da Copa das Confederações no Brasil dá à companhia "uma oportunidade única de recuperação", segundo o presidente da empresa.
A geração de caixa consolidada medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) da empresa ficou em R$ 3,6 bilhões no primeiro trimestre, contra R$ 3,38 bilhões um ano antes. A margem Ebitda ficou em 46,3%, queda de 0,4 ponto percentual.
A receita líquida trimestral consolidada foi de R$ 7,77 bilhões, avanço de 7,4%.
Em relatório, a Ambev disse que os números dos três meses até março confirmam que "2013 deve ser um ano mais difícil quando comparado aos últimos anos, "mas esperamos melhorar nosso desempenho nos próximos três trimestres", referindo-se ao Ebitda.
"A expectativa com relação ao Brasil continua muito positiva no médio e longo prazo e nós mantemos os investimentos no ano", disse Jamel. A Ambev planeja investir cerca de R$ 3 bilhões em 2013.
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