Dólar fecha em queda após governo retirar IOF sobre derivativo de câmbio
Com a retirada do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que incidia sobre o mercado futuro de dólar (derivativos cambiais), anuciada na noite de ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a moeda americana fechou esta quinta-feira (13) em queda.
O dólar à vista --referência para as negociações no mercado financeiro-- teve desvalorização de 0,45%, cotado em R$ 2,140 na venda. Já o dólar comercial --utilizado no comércio exterior-- caiu 0,97%, para R$ 2,133.
Governo retira IOF sobre mercado derivativo de câmbio
Análise: Câmbio é um espelho que reflete as imperfeições do país
Com a medida, o governo pretende atrair mais investidores para o mercado futuro de dólar, aumentando a oferta da moeda americana no país e forçando a queda de sua cotação.
"A decisão do governo brasileiro evidencia o comprometimento do governo em controlar o câmbio. Esperamos que a política cambial brasileira dê mais suporte à estabilidade do real em relação aos seus pares no curto prazo", avaliam Clyde Wardle e Marjorie Hernandez, economistas do HSBC, em relatório.
De acordo com Reginaldo Galhardo, da Treviso Corretora, a queda do dólar não foi tão acentuada hoje porque o fato de o governo cortar IOF não ofusca a deterioração das contas públicas e a falta de confiança dos investidores estrangeiros sobre a eficácia das medidas que têm sido tomadas para conter a inflação.
"O mercado ainda segue em alerta. Mesmo que o corte nos impostos torne o investimento no Brasil mais atrativo, os estrangeiros têm receio de investir em um mercado de risco, onde o governo pode interferir a qualquer momento", disse Galhardo.
Para o gerente, contudo, a medida do governo deve trazer "alívio" ao mercado de câmbio nos próximos dias. "O corte no IOF poderia ter mais efeito se tivesse sido anunciado antes. Mesmo assim, o dólar deve voltar a cair no curto prazo."
Rodolfo Amstalden, sócio da Empiricus Research, diz que a decisão era esperada, principalmente depois que o governo zerou o IOF sobre a renda fixa, na semana passada.
"Foi uma medida bastante coerente em relação à primeira, mas foi tomada em um contexto como se (o governo) estivesse pedindo desculpas por um pecado que ele mesmo criou", avalia o analista, fazendo referência à postura intervencionista do governo ao tentar domar a valorização do real, em 2011. Na época, a decisão de adotar o IOF causou desconforto com investidores estrangeiros e no Brasil.
Apesar da retirada do imposto, Amstalden não vê um movimento forte de desvalorização do dólar nos próximos dias.
"Deve ter alguma repercussão ao longo do dia, em que o real mostra sua força, mas não vai ser algo determinante no sentido de romper a desvalorização do real em relação ao dólar", afirma.
Segundo ele, outras forças têm mais poder para abalar a força da moeda americana, como as dúvidas sobre a permanência das medidas de estímulo econômico nos EUA e elementos internos ao Brasil, como o PIB (Produto Interno Bruto) fraco. "Há mais espaço para valorização do dólar. Está difícil saber até onde [a valorização] vai."
Colaborou DANIELLE BRANT
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