Bolsa fecha em alta, puxada por ações de Eike Batista; EUA seguem em foco
Faltando dois dias para que os Estados Unidos deem calote em seus credores, investidores acompanharam com cautela as negociações entre democratas e republicanos para que seja elevado o teto da dívida do governo americano, o que trouxe instabilidade aos mercados globais nesta terça-feira (15).
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou o dia com alta de 1,5%, aos 54.980 pontos. O indicador passou boa parte do dia oscilando entre altas e baixas, chegando a subir 1,88% e a cair 0,22%.
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O ganho no dia foi garantido pelas ações da OGX, de Eike Batista, que subiram 47,82%, a R$ 0,34. Segundo a Folha apurou, o empresário encontrou um investidor disposto a colocar dinheiro na empresa, mas ele faz questão da troca de executivos. Por isso, Eike demitiu o presidente da OGX, Luiz Carneiro.
No exterior, a queda das Bolsas americanas amenizou o desempenho dos demais mercados globais. O índice Dow Jones caiu 0,87%, a 15.168 pontos, enquanto o S&P 500 mostrou baixa de 0,71%, a 1.698 pontos. Já o termômetro de tecnologia Nasdaq registrou desvalorização de 0,56%, a 3.794 pontos.
Os EUA voltaram ao centro das atenções nesta terça-feira, com a proximidade do dia 17 de outubro, data limite para que republicanos e democratas acordem o aumento no teto de endividamento do governo americano para evitar um calote. Também seguem as conversas para definir o orçamento dos EUA para o ano fiscal que começou em outubro.
Até que isso ocorra, segue a paralisação do governo dos EUA, que já está em sua terceira semana. Nesse período, parques, museus e outros espaços públicos permanecem fechados, além de milhares de funcionários estarem impedidos de trabalhar, numa medida radical para cortar imediatamente os gastos do governo americano.
Depois de algumas tentativas frustradas, republicanos da Câmara dos Deputados dos EUA vão tentar aprovar um plano fiscal revisado na noite desta terça-feira para elevar o limite da dívida pública federal e reabrir as agências governamentais fechadas, disse o deputado Devin Nunes.
Nunes afirmou a jornalistas após sair de uma reunião no gabinete do presidente da Câmara, John Boehner, que o plano republicano não exige a formação de um painel de negociação para trabalhar em uma solução orçamentária de longo prazo.
Segundo especialistas consultados pela Folha, embora o impasse nos EUA faltando poucos dias para o calote faça com que os investidores pisem no freio e operem com cautela, a chance de que republicanos e democratas não cheguem a um consenso é pequena.
"Os Estados Unidos não devem deixar que ocorra o calote. Estamos falando de muito dinheiro que deixaria de ser pago aos credores, sendo a economia chinesa o principal deles. Imagina o efeito em cadeia: EUA dão calote na China, que dá calote em nos países com os quais mantém relações comerciais, ou seja, o Brasil e o mundo. Um estrago sem precedentes. Isso não irá acontecer", diz Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.
"Eu já imaginava que eles [democratas e republicanos dos EUA] tomariam todo esse tempo para ver se uma das partes cederia em suas imposições. É natural que, com a pressão do prazo, algum lado tenha que abrir mão de algo para que seja possível um consenso", avalia Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora.
AÇÕES
Além do forte ganho da OGX, outra empresa de Eike Batista teve alta hoje: a MMX (mineração) subiu 8,08%, a R$ 1,07, depois de o empresário ceder o controle do porto de minério de ferro da companhia para a holandesa Trafigura e para o fundo Mubadala, em um acordo de US$ 996 milhões.
Em sentido oposto, as ações da Embraer fecharam em queda de 4,26%, a R$ 18,20. Foi a maior baixa entre os papéis que compõem o índice. O movimento ocorreu após a empresa ter informado que suas entregas de aviões avançaram 10% no terceiro trimestre ante mesmo período de 2012, mas os envios a clientes de aviões comerciais caíram quase 30%.
CÂMBIO
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia em baixa de 0,24% em relação ao real, cotado em R$ 2,181 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, encerrou em leve alta de 0,09%, a R$ 2,180.
O Banco Central realizou pela manhã um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro. A autoridade vendeu, ao todo, 10 mil contratos com vencimento em 5 de março de 2014, por US$ 497,7 milhões. A operação estava prevista pelo plano da autoridade para conter a escalada do dólar.
Com Reuters
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