Indústria e comércio repercutem alta da Selic em 0,25 ponto percentual
Representantes da indústria, do comércio e de trabalhadores repercutem na noite desta quarta-feira (26) a decisão do Banco Central de elevar o juro básico da economia brasileira, a taxa Selic, em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano.
Foi a oitava alta seguida da taxa, que havia caído para um dígito em março de 2012 -quando saiu de 10,5% para 9,75% ao ano -e a primeira nessa intensidade depois de seis aumentos de 0,50 ponto percentual.
Veja abaixo o que cada instituição falou:
FIESP
Para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a nova alta vai prejudicar ainda mais a atividade econômica, que já está em enfraquecida. "Este novo aumento dos juros, embora menor que os anteriores, dificulta ainda mais a retomada", afirma Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
A entidade afirma que não existem fatores que justifiquem o aumento, que onerará os cofres públicos, segundo a Fiesp, em R$ 5 bilhões de reais por ano para o pagamento dos juros.
FIRJAN
Em sentido oposto, a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) apoiou a decisão do Copom. Segundo a instituição, foi "acertada a decisão do Copom de reduzir o ritmo de alta dos juros". A associação destacou o crescimento baixo do PIB e a expectativa de manutenção da inflação em patamares altos, e afirmou que a política fiscal para manter os preços sob controle "imporá custos por demasiado elevados ao País em termos de investimentos, produção e geração de empregos".
CNDL
A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Logistas) afirmou que a nova alta reduzirá a capacidade de crescimento da economia brasileira e o consumo das famílias.
Para a entidade, apenas a alta de juros não será capaz de controlar a inflação, sendo também necessário o maior controle de gastos do governo.
"A elevação da Selic vai frear ainda mais o ritmo do crescimento do país e com impacto nocivo para a expansão do crédito e a geração de empregos", afirma, Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL.
CONTRAF-CUT
Já a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) condenou a decisão, que pode "desacelerar o débil crescimento econômico".
Para a entidade, a medida é "inócua" para conter a alta dos preços, e colocará em risco a geração de empregos e melhoria de renda.
A entidade fala que o Copom deu ouvidos ao "terrorismo do mercado financeiro", que segundo a Contraf, será o único a ganhar com a alta.
ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO
Para Rogério Amato, presidente da Associação Comercial de São Paulo, o aumento da taxa de juros é ruim para o setor real da economia, pois o nível da atividade vem se reduzindo rapidamente.
Amato afirma esperar que o BC não promova um novo aumento, pois os efeitos das últimas altas ainda não se esgotaram e devem continuar a inibir a atividade econômica.
FORÇA SINDICAL
Para Miguel Torres, presidente da Força Sindical, a decisão de elevar a Selic é um sinal para a intensificação das mobilizações sindicais com o intuito de garantir empregos e aumentos reais de salário nas negociações.
Para a entidade, o governo não tem "repertório" para tocar a política econômica". Esse governo, segundo a central, abandonou o projeto desenvolvimentista, e que a inflação é um efeito dos baixos investimentos.
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