Levy reconhece que foi 'infeliz' em declaração sobre desoneração da folha
Após criticar medidas econômicas revistas pelo atual governo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reconheceu a integrantes de sua equipe que foi "infeliz" ao usar algumas expressões em entrevista coletiva realizada na sexta-feira (27).
"Fui coloquial demais", disse ele a auxiliares, segundo relato obtido pela Folha. Neste sábado (28), durante viagem ao Uruguai, Dilma Rousseff também usou o termo para classificar a fala do ministro.
"Eu acredito que a desoneração da folha foi importantíssima e continua sendo. Se não fosse importante, nós tínhamos eliminado e simplesmente abandonado. Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo", afirmou a presidente.
Na entrevista, Levy, afirmou que a desoneração da folha de pagamento, que está sendo alterada pelo governo, não tem criado nem protegido empregos."Você aplicou um negócio que era muito grosseiro. Essa brincadeira nos custa R$ 25 bilhões por ano, e estudos mostram que ela não tem criado nem protegido empregos", disse.
Segundo Levy, o governo tem gasto cerca de R$ 100 mil para manter cada emprego nesses setores, o que "não vale a pena.""É por isso que a gente está reduzindo, pela relativa ineficiência dela. Ela não tem alcançado os objetivos para que foi desenhada. É saber ajustar quando uma coisa não está dando resultado. A intenção era boa, a execução foi a melhor possível, mas temos que pegar as coisas que são menos eficiente e reduzir.
APERTO NAS CONTAS
No dia 19 de janeiro, duas semanas após a sua posse, Levy divulgou o primeiro pacote de medidas, com o objetivo de aumentar a arrecadação do governo em R$ 20,6 bilhões neste ano.
A pasta anunciou a volta da Cide, tributo que incinde sobre os combustíveis e que estava zerado desde 2012, o aumento do PIS/Cofins sobre combustíveis e sobre a importação de produtos, a alta do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) sobre empréstimos e financiamentos a pessoas físicas e a alteração na cobrança de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) do setor de cosméticos, equiparando o atacadista ao produtor industrial.
O aperto nas contas foi intensificado esta semana, após a Petrobras ter sua nota de crédito reduzida pela agência de risco Moody´s, que retirou da estatal o selo de "boa pagadora", o chamado grau de investimento.
O governo editou decreto fixando os limites para gastos dos ministérios com custeio e com investimentos no primeiro quadrimestre, incluindo os desembolsos do PAC (Programa de Aceleração do Investimento).
Na sexta-feira (27), foi a vez do ministro Joaquim Levy anunciar a redução do benefício fiscal sobre a folha de pagamentos e o corte na alíquota do Reintegra, programa que permite aos exportadores acumular créditos tributários. Segundo cálculos do Ministério da Fazenda, as duas medidas resultarão em economia de R$ 7,2 bilhões aos cofres públicos neste ano.
Levy sinalizou ainda que o regime de desoneração da folha, tornado permanente no ano passado, pode ser extinto no futuro e que estuda outros aumentos em tributos, como a cobrança de Imposto de Renda sobre doações e transmissões de bens.
Colegas de Esplanada dos Ministérios e do Palácio do Planalto consideraram as expressões muito duras.
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