Mercedes confirma 1.500 demissões e funcionários anunciam greve
A Mercedes-Benz confirmou nesta segunda-feira (24) a demissão de 1.500 funcionários, a partir do dia 1º de setembro deste ano. Após a decisão da empresa, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo anunciou o início de uma greve com 7.000 funcionários por tempo indeterminado.
A multinacional fabricante de ônibus e caminhões, que hoje conta com um quadro composto por 10 mil funcionários, justifica o desligamento em massa devido ao excesso de pessoas trabalhando na fábrica diante da drástica queda nas vendas no mercado nacional, situação que tem elevado a ociosidade para quase 50% na montadora.
As demissões ocorrerão na unidade localizada em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo.
Desde 2014, a empresa tem adotado medidas —como férias coletivas, lay-off (suspensão do contrato de trabalho), licença remunerada— para evitar a queda na produção de caminhões e ônibus, de 44% e 29%, respectivamente, no acumulado de janeiro a julho deste ano.
A assessoria não informou números relativos à adesão no Programa de Desligamento Voluntária (PDV) disponibilizado pela Mercedes-Benz aos funcionários. "Apenas podemos dizer que os números são muito baixos."
Em comunicado, a Mercedes-Benz afirma que "as expectativas de vendas em 2016 são negativas e não existe previsão de recuperação no próximo ano."
ACORDOS COM SINDICATO E GREVE
A empresa alega que, desde o ano passado, busca soluções em conjunto com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo para evitar os cortes, mas não obtiveram sucesso nas negociações.
O sindicato afirma que a solução para o impasse é a adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) —que permite a redução da jornada de trabalho e dos salários em até 30%, com financiamento pelo Governo Federal de metade do salário reduzido —insuficiente para o momento.
"A empresa está irredutível e tem agido de forma intransigente. O Programa de Proteção ao Emprego é a solução para dar conta desse momento de crise, de queda no volume de produção. Mas a empresa não está aceitando esse caminho e decidiu simplesmente demitir", ressalta Sérgio Nobre, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e trabalhador na Mercedes.
Os trabalhadores afetados foram notificados na sexta-feira (21), disse um porta-voz da Daimler nesta segunda-feira (24).
Em nota, a montadora se posicionou afirmando que "o gerenciamento do excedente de pessoas desde 2014, gera custos elevados que não podem mais serem suportados devido ao agravamento da crise econômica e a queda de vendas."
CRISE NO SETOR
Entre janeiro e julho deste ano, a produção da cadeia automotiva acumulou queda de 18,1% em relação ao mesmo período de 2014, o pior resultado desde 2006. O Ministério do Trabalho estima que 38,7 mil postos tenham sido fechados neste período.
O mercado brasileiro de caminhões vem em queda desde o começo de 2013, com a economia fraca, inflação alta e condições difíceis de financiamento limitando investimentos em veículos comerciais.
A Daimler cortou cerca de 3 mil empregos no Brasil na época, reduzindo sua força de trabalho para 11.854 trabalhadores até o fim de junho. A companhia tem mais de 280 mil funcionários no mundo.
No começo deste mês, a companhia alemã havia dito que ainda tinha cerca de 2.000 funcionários excedentes na fábrica em São Bernardo, que tem funcionado a menos de 60% da capacidade.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 02/05/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,95% | 127.122 | (17h29) |
Dolar Com. | -1,52% | R$ 5,1126 | (17h00) |
Euro | -0,82% | R$ 5,4803 | (17h31) |