Volkswagen cogita cortar trabalhadores temporários, diz conselho
John MacDougall - 9.dez.2013/AFP | ||
Logo da Volkswagen; fraude da montadora vai ser tema de filme |
A Volkswagen está avaliando a possibilidade de reduzir a quantidade de funcionários temporários como uma das estratégias para arcar com os custos do escândalo das emissões de poluentes, disse neste sábado (17) o conselho da montadora alemã.
Um porta-voz do conselho, grupo de representantes dos trabalhadores dentro da empresa, disse que apoiará esforços para manter os empregos temporários, mas está ciente de que a diretoria tem discutido "cenários diferentes".
A Volkswagen disse em comunicado que os níveis de vendas e emprego estão imprevisíveis. Na sexta-feira (16), a empresa reportou entrega menor de automóveis em setembro para a divisão principal e para o grupo como um todo, que compreende 12 marcas.
"Se o número de funcionários cair temporariamente, diminuir as horas de trabalho seria uma opção razoável", afirmou a Volks, acrescentando que a direção está fazendo todo o possível para manter empregos.
Sofrendo após o escândalo de emissão de diesel, a Volkswagen afirmou que cortará até 1 bilhão por ano em investimentos na sua divisão principal.
Alguns analistas dizem que o escândalo pode custar à Volkswagen até 35 bilhões, distribuídos entre adequação de veículos, multas e processos judiciais.
ESCÂNDALO E RACALL EUROPA
A Volkswagen anunciou na última quinta-feira (15) o recall de 8,5 milhões de veículos com motores adulterados na União Europeia a partir de janeiro de 2016.
Horas antes, as autoridades alemãs anunciaram que ordenariam à companhia que convocasse a revisão de 2,4 milhões de veículos na Alemanha.
A empresa admitiu no final de setembro ter equipado 11 milhões de carros a diesel no mundo inteiro com o software que frauda testes de emissão.
O escândalo fez com que o presidente da companhia, Martin Winterkorn, renunciasse e fosse substituído por Matthias Müller, até então responsável pela marca Porsche.
No Brasil, o único modelo com motorização semelhante à envolvida na fraude global é picape média Amarok, que é produzida na Argentina e tem motor 2.0 turbodiesel. Esse modelo não é comercializado no mercado norte-americano, e a empresa ainda não divulgou uma lista oficial de produtos envolvidos na fraude.
Em Portugal, o ministro da Economia, Antonio Pires de Lima, informou que cerca de 117 mil veículos serão afetados.
Estima-se que no Reino Unido cerca de um milhão de carros irão para a revisão. Na França um pouco menos de um milhão de veículos serão recolhidos.
Os modelos em questão possuem um software que permite falsificar os resultados das emissões poluentes.
Na Itália, a polícia realizou uma busca nos escritórios da VW de Verona e de sua marca de luxo Lamborghini em Bolonha.
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