BC dos EUA quer ter clareza sobre os efeitos do Brexit antes de elevar juros
Jonathan Ernst - 9.out.2013/Reuters | ||
Presidente do Fed, Janet Yellen, ao lado de Barack Obama, presidente dos EUA |
Os membros do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) decidiram em junho que o aumento dos juros americanos não deve acontecer até que possam entender as consequências da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, chamada de Brexit. A informação consta da ata da última reunião da autoridade monetária, divulgada nesta quarta-feira (6).
A ata do encontro de 14 e 15 de junho, que aconteceu antes do plebiscito britânico em 23 de junho, mostrou inquietação generalizada sobre a votação, incluindo membros votantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed.
"Os membros em geral concordaram que, antes de avaliar se outra medida de remoção do afrouxamento monetário é justificada, é prudente aguardar dados adicionais sobre as consequências da votação no Reino Unido", apontou a ata.
Em abril e maio, o grupo sinalizava uma possibilidade de elevação da taxa atual (0,25% a 0,5%), instaurada em dezembro. Ela estava congelada desde 2006, quando o país afundou na mais forte recessão doméstica desde a Grande Depressão de 1929.
Evolução da taxa de juros dos EUA, em % -
Os planos do Fed, no entanto, foram frustrados pela escalada da crise internacional, agravada pelo plebiscito britânico, e também pelo acréscimo pífio de 38 mil postos de trabalho nos EUA em maio —a previsão era de quatro vezes mais.
Segundo a ata de junho, o colegiado do Fed prega "prudência", indicando que subir os juros no curto prazo seria arriscado.
Nem tudo foi consenso no comitê, contudo. A maioria dos integrantes defende que, se o Fed adiar por muito tempo a alta dos juros, pode comprometer o desempenho do mercado.
Banco Central dos EUA |
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Dois membros (não especificados) disseram preferir acumular mais evidências de que a economia está forte o bastante para suportar juros mais elevados.
Por quase uma década, o Fed manteve a marca próxima do zero, para impulsionar um mercado imerso na recessão provocada pela bolha imobiliária e pela quebra de grandes bancos em meados dos anos 2000.
Os últimos anos mostraram que os EUA se recupera, embora a um ritmo mais lento do que alguns especialistas previram.
No fim de junho, o Departamento de Comércio divulgou PIB de 1,1% para o primeiro trimestre de 2016.
Bom sinal por um lado: projeções prévias mostravam 0,8% de crescimento. Em compensação, o consumo das famílias americanas (que responde por 70% da economia) recuou no período.
O colegiado do banco central também divergiu sobre o mercado de trabalho.
Criação de vagas de emprego nos EUA - Em mil
Alguns membros veem saúde nele —vide uma tendência de aumento salarial— e apontam que o fraco desempenho em maio se explica, em parte, por uma greve que retirou milhares de trabalhadores do setor de telecomunicações (pelos critérios do governo, eles são inseridos no quadro de desemprego).
Outros, contudo, se disseram preocupados com fatores como o investimento corporativo em baixa.
O próximo relatório de desemprego, com os números de junho, sai nesta sexta (8). Já o comitê do Fed se reúne de novo no final de julho, quando voltará a discutir perspectivas para a economia americana.
Com agências de notícias
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