Dólar sobe com exterior, BC e cautela com meta fiscal; Bolsa tem leve alta
Carlos Severo/ Fotos Públicas | ||
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Moeda americana subiu ante o real pela quinta sessão consecutiva |
Após um início de pregão positivo, com a diminuição da aversão ao risco relacionada ao Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), a virada para baixo nos preços do petróleo azedou o humor dos investidores nesta quinta-feira (7).
Na Bolsa de Nova York, os índices passaram a operar no campo negativo depois da divulgação de queda nos estoques semanais de petróleo nos Estados Unidos menor do que a esperada pelo mercado. O petróleo, que subia pela manhã, passou a cair mais de 4%. O dólar, que perdia terreno frente às principais moedas, voltou a ganhar força.
No Brasil, apesar do recuo do petróleo, a Bolsa fechou em leve alta. O dólar subiu pela quinta sessão consecutiva, chegando ao patamar de R$ 3,36, influenciado por mais uma ação do Banco Central no câmbio.
No cenário interno, os investidores aguardavam a divulgação, pelo governo, da meta fiscal para 2017 ainda nesta quinta-feira.
As expectativas são de que o déficit primário do governo central em 2017 ficará entre R$ 150 bilhões e R$ 160 bilhões, abaixo da meta de R$ 170,5 bilhões para 2016. "A incerteza em relação à meta fiscal gerou ansiedade no mercado", comenta Roberto Indech, analista da Rico Corretora.
Segundo Indech, a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados é positiva, uma vez que, com a eleição de um novo presidente, abre a possibilidade de destravar pautas e de que reformas econômicas comecem a ser aprovadas. Entretanto, a notícia não chegou a influenciar o mercado.
CÂMBIO E JUROS
O dólar comercial fechou em alta de 0,89%, a R$ 3,3670, enquanto a moeda americana à vista subiu 0,94%, para R$ 3,3512
"A valorização do dólar nesta quinta-feira foi impulsionada pela queda nos preços do petróleo, mais uma ação do BC no câmbio e pela cautela em relação à meta fiscal para o ano que vem", avalia Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor.
Pela quinta sessão seguida, o Banco Central leiloou mais 10.000 contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no total de US$ 500 milhões.
O objetivo do BC com essas operações é reduzir seu estoque de swap cambial tradicional, que corresponde à venda futura da moeda americana. Com o leilão desta quinta-feira, esse estoque caiu para US$ 59,635 bilhões.
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 fechou em leve baixa, passando de 13,915% para 13,905%. O contrato de DI para janeiro de 2021 caiu de 12,320% para 12,260%, em um movimento de ajuste, após subir nas duas sessões anteriores.
O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, ganhava 0,98%, aos 322,180 pontos.
BOLSA
O principal índice da Bolsa paulista terminou o pregão em alta de 0,22%, aos 52.014,66 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,2 bilhões.
As ações da Petrobras ganharam 0,63%, a R$ 9,56 (PN), e de 2,39%, a R$ 11,97 (ON), mesmo com a queda do petróleo no mercado internacional.
A estatal anunciou nesta quinta-feira nova captação com o objetivo de alongar o prazo de vencimento de dívidas. A empresa espera levantar pelo menos US$ 2 bilhões.
Além disso, repercutiu positivamente a aprovação, em comissão especial da Câmara, do projeto de lei que trata do fim da participação obrigatória da estatal na exploração do pré-sal.
"O governo deveria ter leiloado mais blocos de petróleo, mas a obrigatoriedade de a Petrobras entrar com 30% no mínimo e a regra de conteúdo nacional prejudicaram o cenário para a companhia e também para a arrecadação de royalties. Hoje, qualquer bloco do pré-sal vale bem menos do que quando as licitações começaram em 2010", comenta Celson Plácido, analista da XP Investimentos, em relatório.
"Com a regra sendo modificada, a própria Petrobras poderá ser desfazer de alguns blocos, no intuito de reduzir a sua elevada dívida", acrescenta o analista.
Outro fator que contribuiu para a alta das ações da Petrobras foi a recomendação de compra dos papéis feita pelo Morgan Stanley.
Os papéis da Vale subiram mais cedo, mas inverteram a direção e terminaram em queda de 3,10%, a R$ 12,78 (PNA), e de 1,65%, a R$ 16,02 (ON), seguindo o recuo do minério de ferro na China.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 1,00%; Bradesco PN, +0,38%; Banco do Brasil ON, -1,23%; Santander unit, +1,55%; e BM&FBovespa ON, +0,74%.
EXTERIOR
Na Bolsa de Nova York, os índices subiram mais cedo, ainda repercutindo dados fortes do setor de serviços em junho e a ata do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) apresentados na véspera.
Entretanto, como o petróleo passou a cair, os índices perderam força. O índice S&P 500 fechou em baixa de 0,09%; o Dow Jones, -0,13%; e o Nasdaq, +0,36%.
O petróleo Brent, negociado em Londres, caía 4,73%, para US$ 46,49 o barril; o petróleo tipo WTI, negociado em Nova York, perdia 4,72%, a US$ 45,19 o barril.
Os estoques de petróleo bruto dos Estados Unidos recuaram 2,2 milhões de barris na semana passada, ante estimativas de 2,5 milhões de barris, informou a agência de informações de energia do governo americano (EIA, na sigla em inglês).
Os investidores aguardam a divulgação, nesta sexta-feira (8), dos números oficiais do mercado de trabalho americano em junho, o chamado "payroll". As expectativas é de o indicador virá forte, depois dos dados decepcionantes de maio, que levaram o Fed a postergar a alta dos juros.
Nesta quinta-feira, foram divulgados os dados de emprego do setor privado nos Estados Unidos pela ADP, considerados uma prévia do payroll. O indicador mostrou a criação de 172.000 empregos no mês passado, bem acima da projeção de economistas de 160.000.
Na Europa, os índices acionários encerraram o pregão com ganhos, impulsionados por notícias corporativas. A francesa Danone, maior produtora de iogurtee do mundo, anunciou nesta quinta-feira a compra da produtora de alimentos orgânicos americana WhiteWave Foods por US$ 12,5 bilhões, incluindo dívida.
A Bolsa de Londres encerrou a sessão com ganho de 1,09%; Paris, +0,80%; Frankfurt, +0,49%; Madri, +1,03%; e Milão, +0,08%.
Na Ásia, a Bolsa de Xangai terminou praticamente estável, refletindo as preocupações com maior fraqueza do yuan e a instabilidade na Europa após o Brexit.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve queda de 0,21%, enquanto o índice de Xangai registrou variação negativa de 0,01%.
As ações japonesas foram pressionadas pelo iene forte. Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,67%.
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