Coreia do Sul homenageia 46 marinheiros mortos em naufrágio
A Coreia do Sul homenageou nesta quinta-feira os 46 marinheiros mortos no fim de março em um acidente de causas ainda misteriosas. O funeral foi marcado por ameaças de vingança contra a Coreia do Norte, que segundo oficiais da Marinha sul-coreana seriam os responsáveis pelo naufrágio.
Cerca de 2.800 pessoas se reuniram em um funeral realizado na base naval de Pyongtaek (70 km ao sul da capital Seul).
A "Cheonan", uma corveta de 1.200 toneladas, afundou em 26 de março depois de uma explosão misteriosa que dividiu a embarcação em duas perto da ilha de Baengnyeong, nas proximidades da fronteira marítima com a Coreia do Norte.
Todas as bandeiras foram hasteadas a meio pau e os presentes respeitaram um minuto de silêncio pelas vítimas.
O presidente sul-coreano Lee Myung-bak pôs condecorações militares em um altar abaixo das fotos de cada marinheiro. Todos receberam uma promoção póstuma para um posto militar mais alto na semana passada.
"Não podemos perdoar este ato. Não vamos perdoar e não vamos esquecer", disse o Chefe da Marinha Kim Sung-chan em discurso, fazendo clara alusão a um possível ataque da marinha norte-coreana como a causa do naufrágio.
"Jamais ficaremos imóveis frente a qualquer um que tenha infligido esta enorme dor ao nosso povo. Localizaremos os culpados e os faremos pagar por isso, a qualquer custo", reiterou Kim, em tom de vingança.
Seul ainda aguarda os resultados de uma investigação internacional que determine a causa do desastre naval, o mais grave na história recente do país.
A Coreia do Sul não acusou oficialmente a Coreia do Norte, mas o ministro da Defesa de Seul afirmou que um ataque com torpedo era uma das causas mais prováveis do naufrágio.
O governo da Coreia do Norte negou qualquer envolvimento no caso.
Retaliação
Uma ação de vingança contra a Coreia do Norte, no entanto, é considerada remota devido ao risco de gerar um grande conflito e afastar investidores estrangeiros num momento em que a Coreia do Sul de recupera dos impactos sofridos após a crise financeira internacional.
"Uma resposta militar contra Pyongyang não é realista nem possível. Isto agravaria muito a tensão militar na península coreana ", afirmou Kim Yong-hyun, um especialista em Coreia do Norte
A corveta "Cheonan" fazia uma patrulha de rotina quando naufragou no fim de março próximo à região de fronteira marítima ocidental disputada entre os dois países.
Com agências internacionais
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