Maduro cumprimenta representantes dos EUA em funeral de Chávez
O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cumprimentou nesta sexta-feira os representantes do governo dos Estados Unidos durante o funeral do chefe de Estado, Hugo Chávez, dando-lhes as boas-vindas e disse que o país caribenho quer relações de respeito.
"Estão o ex-congressista William Delahunt e o congressista Gregory Meeks, que cumprimentamos, que foram enviados pelo presidente Obama. Bem-vindos", disse Maduro durante o discurso que ofereceu no funeral de Chávez ao que assistiram governantes e representantes de mais de 50 nações.
O vice-presidente, que também agradeceu a presença do pastor americano Jesse Jackson, apontou que o governo venezuelano "ama" todos os povos da América e comentou que quer "relações de respeito, de cooperação, de paz verdadeira".
Durante a cerimônia, Jesse Jackson pediu um governo estável, uma transição ordenada para encontrar um ponto comum entre os venezuelanos e foi bastante aplaudido.
Maduro acrescentou que Chávez trabalhou por "um mundo sem impérios, sem nações hegemônicas, um mundo de paz que respeite o direito internacional, que seja capaz de se reunir para cooperar, para viver, para ser justo em termos de igualdade".
A porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Victoria Nuland, anunciou ontem que o governo de Obama estaria representado nos funerais pelos dois congressistas, um deles aposentado, e seu encarregado de negócios em Caracas, James Derham.
EXPULSÃO
As relações diplomáticas entre Venezuela e Estados Unidos foram tensas desde que Chávez chegou ao poder, em 1999, situação que chegou a um de seus piores momentos em 2010, quando ambos os países ficaram sem embaixadores.
Maduro anunciou a expulsão do adido militar da embaixada dos Estados Unidos, David Delmonaco, poucas horas antes de ser anunciada a morte de Chávez, por "propor projetos desestabilizadores" a militares em serviço.
"Conhecemos e acompanhamos a atividade ilegal, que burla e viola os convênios internacionais, deste funcionário da embaixada dos Estados Unidos", e "tem 24 horas para pegar suas malas e ir embora da Venezuela", declarou então.
Depois o chanceler da Venezuela, Elías Jaua, anunciou a expulsão de um segundo adido militar da embaixada dos Estados Unidos, David Costal.
O governo dos EUA expressou um dia depois sua disposição a normalizar as relações com a Venezuela após o falecimento de Chávez, apesar da expulsão dos adidos militares de sua embaixada em Caracas.
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