Governo russo conclui entrega de mísseis antiaéreos à Síria
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta sexta-feira em Varsóvia que seu país está prestes a completar uma entrega de mísseis antiaéreos do tipo S-300 ao regime sírio.
O russo aproveitou para afirmar que os mísseis "não estão proibidos pelas normas internacionais, já que são uma arma defensiva", e que a entrega corresponde a contratos já fechados. Ele sugeriu que o governo russo não pretende repetir a venda em breve.
O chefe da diplomacia russa falou após um encontro com os colegas polonês e alemão, Radoslaw Sikorski e Guido Westerwelle, respectivamente.
Em entrevista, Lavrov insistiu na necessidade de haver uma conferência internacional sobre a Síria, estipulada dias atrás por Washington e Moscou. Para ele, o encontro ajudará a preparar o caminho para uma solução ao conflito sírio, que já dura mais de dois anos.
Por sua vez, o chefe da diplomacia alemã, Guido Westerwelle, exigiu o fim do fornecimento de armas à Síria. "Estamos convencidos que o fornecimento internacional de armas à Síria deve acabar e que devemos fazer tudo para dar chances a uma situação política", afirmou.
"Devemos evitar qualquer coisa que possa dificultar o sucesso da conferência. O importante é tentar evitar uma escalada do conflito. Nós estamos convencidos de que agora é urgente evitar o fluxo ilegal de armas internacionais à Síria", precisou o ministro alemão.
O secretário de Estado americano John Kerry havia dito na quinta-feira (9), em Roma, que o fornecimento de mísseis russos à Síria seria "potencialmente desestabilizador" para a região.
Também nesta sexta, em Sóchi, na Rússia, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente russo, Vladimir Putin, debatem "opções possíveis" para resolver a crise síria.
ALERTA
Manifestantes sírios protestaram nesta sexta-feira em diversos pontos do país contra o silêncio internacional diante dos mais recentes massacres ocorridos no litoral.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), pelo menos 62 corpos, incluindo os de 14 crianças, foram encontrados em 4 de maio em um bairro sunita de Banias, que foi invadido pelas forças do regime de Bashar al-Assad e pelas milícias que as apoiam.
Outras 50 pessoas já haviam sido mortas em uma aldeia vizinha, de acordo com a mesma ONG, que conta com uma ampla rede de ativistas e médicos em todo o país.
Enquanto isso, no centro do país, o Exército sírio lançou panfletos sobre a cidade de Quseir nos quais orienta os habitantes a abandonar o local antes de um ataque. Os militares sírios, apoiados pelos xiitas libaneses do Hizbullah, avançam na direção de Quseir, em mãos dos rebeldes há mais de um ano.
Segundo vários ativistas, a cidade de 25 mil habitantes está cercada por três lados pelas forças oficiais.
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