Turquia diz ter evidências do uso de armas químicas por regime sírio
Exames em vítimas da Síria que chegaram à Turquia indicaram que armas químicas foram usadas pelas forças sírias, e mais testes estavam sendo realizados para verificar esse indício, disse o ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, nesta sexta-feira.
"Estamos fazendo testes e temos algumas indicações que armas químicas foram usadas, mas, para se ter certeza, continuamos com estes testes e vamos compartilhar os testes com as agências da ONU", disse Davutoglu em Amã.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, também disse que o país tem provas do uso de armas químicas por parte do regime sírio contra a oposição.
A agência de notícias estatal turca Anatolian afirmou na última quinta-feira (9) que o país enviou oito especialistas para a fronteira com a Síria para fazer exames em vítimas feridas da guerra civil em busca de vestígios de armas químicas e biológicas.
As forças do presidente da Síria, Bashar al-Assad, e da oposição se acusam mutualmente pelo uso de armas químicas.
As afirmações feitas por autoridades turcas contradizem as declarações de Carla del Ponte, uma especialista da ONU que disse que há "suspeitas concretas" que os rebeldes fizeram o uso de armas químicas.
Segundo Del Ponte, que faz parte da Comissão de Inquérito da Síria, algumas declarações sugerem que os rebeldes usaram sarin, uma substância que atua principalmente no sistema nervoso.
Entretanto, a comissão disse mais tarde que não chegou à conclusões sobre o uso de sarin por ambos os lados do conflito.
PREMIÊ
Erdogan disse à emissora americana NBC que não acredita que os rebeldes tenham acesso à armas químicas.
"Antes de tudo, como eles iriam obter essas armas? (...) Mas, se isso existe, nos somos contra. Somos contra qualquer lado que tenha as armas".
Ele disse ainda que a inteligência turca determinou que o governo de Assad usou pelo menos 200 misseis químicos.
"Temos restos desses mísseis, fotos e relatórios de inteligência".
Segundo o primeiro-ministro, há ainda pacientes que foram levados aos hospitais da Turquia com ferimentos causados por essas armas.
Ele não detalhou o tipo de arma que o país acredita que a Síria tenha usado.
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