Iraque tem novos ataques; grupo ligado à Al Qaeda assume autoria
Novos atentados no Iraque nesta terça-feira (30) deixaram mais de 15 mortos e quarenta feridos. Pelo menos cinco entre os mortos são policiais.
A autoria dos ataques foi reivindicada em um site jihadista pelo grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, rede supostamente originada por uma fusão de afiliados da Al Qaeda no Iraque e da Síria.
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O grupo se responsabilizou também pelos ataques de segunda-feira, que deixaram quase 60 mortos nos arredores de Bagdá, em regiões xiitas --mesma vertente religiosa do premiê iraquiano, Nouri al-Maliki.
Na internet, a rede diz que os alvos foram cuidadosamente escolhidos. O grupo também justifica os atentados como o "alto preço" que o governo deve pagar por "maltratar" a minoria sunita do país.
Na semana passada, o mesmo grupo havia assumido também a autoria dos ataques contra as prisões de Abu Ghraib e Taji, das quais fugiram mais de 500 prisioneiros.
O Ministério do Interior do Iraque afirmou hoje que o país enfrenta "uma guerra contra forças sectárias sanguinárias que pretendem mergulhar o país no caos" e vai criar um canal para os cidadãos denunciarem informações sobre "células terroristas" em troca de recompensas em dinheiro.
Desde abril deste ano, a nova onda de violência na região já matou cerca de 3000 pessoas --mais de 800 só no mês de julho.
A invasão do Iraque, em 2003, contribuiu para polarizar a sociedade iraquiana em torno das linhas sectárias.
ATAQUES DESTA TERÇA-FEIRA
O atentado mais violento aconteceu em uma cafeteria popular em um bairro de Baquba, capital da província de Diyala, quando a explosão de uma bomba matou cinco pessoas e feriu outras 18.
Em frente à mesquita Sayed Mahdi, na cidade de Tuz (a 250 km de Bagdá), a explosão de outra bomba no final da oração da tarde causou três mortes e deixou 15 feridos.
Em Al Kut, no sul de Bagdá, três policiais foram assassinados a tiros por homens armados.
Outros dois agentes de segurança morreram após a explosão de uma bomba na cidade de Mossul, a 400 quilômetros da capital.
No sudoeste de Bagdá, uma bomba deixou um civil morto e outro ferido em uma mercearia.
Um grupo matou a tiros um ex-membro das Forças Antiterroristas, em frente a sua casa, no nordeste de Baquba. A cerca de 30 km desta mesma cidade, cinco civis ficaram feridas pela explosão de uma bomba.
Outros sete policiais se feriram em um ataque suicida contra um um posto de controle na cidade de Tikrit (a 170 km de Bagdá). O local fica num acesso a um antigo palácio presidencial.
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