Brasil considera ataque com possível uso de armas químicas na Síria um 'ato hediondo'
Dois dias após virem à tona denúncias de um possível ataque químico pelo regime sírio nos arredores de Damasco, o governo brasileiro condenou, nesta sexta-feira, o "ato hediondo" em um comunicado.
Sem fazer referências a um possível responsável pelo ataque, o texto apoia o pedido de instauração de um "processo independente de investigação" feito pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e pela alta comissária para Direitos Humanos da ONU, Valerie Amos.
"O ataque (...), com fortes indícios de uso de armas químicas, que vitimou fatalmente centenas de civis desarmados, inclusive crianças, constitui um ato hediondo, que chama a atenção da comunidade internacional para a necessidade de esforços concentrados para por fim à violência na Síria", diz a nota.
Na quinta-feira, o chanceler Antonio Patriota havia considerado as alegações de uso de armas químicas "extremamente preocupantes", mas ponderou que talvez fosse "precipitado" acusar um dos lados -regime ou rebeldes- pelo incidente.
O Itamaraty reforçou, mais uma vez, sua posição de que "não existe solução militar para o conflito" e que só um "processo político inclusivo, liderado pelos próprios sírios", pode pôr fim ao conflito e levar à "efetiva proteção da população civil".
"Como signatário da Convenção para a Proibição de Armas Químicas, o Brasil é favorável à destruição de todos os arsenais químicos ainda existentes", conclui o comunicado.
Segundo a oposição síria, tropas aliadas ao ditador bombardearam quatro cidades da periferia de Damasco na madrugada de quarta-feira com um gás que afeta o sistema nervoso, deixando centenas de mortos. Ativistas falam em até 1.300 vítimas.
Vídeos divulgados na internet mostram corpos, entre eles de crianças, sem ferimento visível, mas ainda não há confirmação de fontes independentes sobre as mortes nem o que as causou.
EUA, Reino Unido, França e outros 34 países pediram investigação do ocorrido.
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