EUA negam que reunião entre Israel e palestinos tenha sido cancelada
O Departamento de Estado americano negou que tenham sido canceladas as duas reuniões previstas para esta segunda-feira nas negociações de paz entre israelenses e palestinos. Mais cedo, representantes palestinos haviam dito que cancelaram a reunião por causa de um ataque de Israel.
Na ação, militares israelenses à paisana entraram no campo de refugiados de Qalandia, perto de Ramallah, na Cisjordânia, em busca de um palestino que era procurado pela Justiça. Moradores palestinos afirmam que centenas de refugiados cercaram os agentes, que atiraram contra eles, matando três pessoas e ferindo 15.
A informação foi confirmada pela porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, embora não tenha confirmado se os encontros aconteceram. "Posso garantir que não foi cancelada nenhuma reunião. Os dois lados estão envolvidos em negociações sérias e sustentadas".
Mais cedo, a comitiva palestina afirmou que não iria participar de dois encontros previstos para esta segunda em Jericó, na Cisjordânia. Eles consideraram que a incursão militar foi uma forma de deter o diálogo e que estão entrando em contato com a comunidade internacional para pedir que se condene a ação.
O membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina Hanan Ashrawi considerou a ação "um uso excessivo e indiscriminado da violência e de munição real em zonas com densa população civil, o que representa uma patente violação da legislação internacional e humanitária".
Ashrawi pediu "aos membros do Conselho de Segurança da ONU, ao Quarteto de paz para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, ONU e União Europeia) e ao restante da comunidade internacional que tomem medidas sérias para acabar com o assassinato de civis inocentes e pôr fim à impunidade de Israel".
O membro da OLP também condenou os últimos anúncios de novas construções nas colônias israelenses em território palestino e disse que "se deve obrigar Israel a desistir (destas medidas) antes que se destrua para sempre as possibilidades de paz".
As negociações entre Israel e os palestinos havia começado há duas semanas, após mediação do secretário de Estado americano, John Kerry, após três anos paralisadas. Nas primeiras reuniões, no entanto, os dois lados ainda não chegaram a nenhum acordo.
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