Eduardo Campos elogia ação que trouxe senador boliviano ao Brasil
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, elogiou nesta terça-feira (27) a atuação do diplomata que auxiliou na fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil.
"Eu só posso ter uma opinião: salvamos uma vida, de uma doença terrível, que é a depressão. Cumprimos uma tradição, que é própria do povo latino e brasileiro, que é de abrigar. Tenho por dever de consciência cumprimentar o diplomata que fez isso", afirmou Campos, provável candidato à Presidência da República em 2014.
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O diplomata Eduardo Saboia ajudou Molina, opositor do governo Evo Morales que estava asilado havia na Embaixada do Brasil em La Paz havia quase 15 meses, a deixar o local e chegar ao Brasil. O senador foi condenado à prisão na Bolívia por corrupção e não tinha salvo-conduto do governo boliviano para deixar a embaixada.
Encarregado de negócios em La Paz, Saboia comandou uma operação para trazer o parlamentar ao Brasil, que inclui cruzar a Bolívia de carro e tomar um avião em Corumbá (MS) até Brasília. Molina dizia correr risco de vida e sofrer de depressão. O episódio acabou motivando uma crise diplomática entre Brasil e Bolívia e a substituição do comando no Ministério das Relações Exteriores no Brasil.
Campos, que participou de evento sobre políticas portuárias em Santos (SP), apontou semelhanças entre o caso Molina e o que envolveu seu avô, o ex-governador Miguel Arraes (1916-2005), que chegou a ser preso durante o regime militar (1964-1985) e depois se refugiou na Embaixada da Argélia no Brasil. "Meu avô e minha avó foram perseguidos pelo regime instaurado e tiveram de se refugiar na embaixada da Argélia", afirmou.
Segundo o governador, o embaixador argelino tentou obter um salvo-conduto para que Arraes fosse exilado, mas não conseguiu. "Chegou ao ponto em que esse embaixador colocou meus avós em um carro e os levou até o aeroporto. Como você acha que uma pessoa que cresceu ouvindo essa história vai reagir [ao caso Molina]? Não interessa se ele é de esquerda ou direita".
Campos não quis comentar a queda de Antonio Patriota do comando do Itamaraty nem as ações do governo Dilma Rousseff nas relações com a Bolívia. "Isso é um assunto diplomático e eles têm as suas políticas e diretrizes. Mas a atitude do diplomata brasileiro foi humanitária."
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