Itamaraty define novos nomes para sindicância contra diplomata
A comissão de sindicância responsável por investigar a conduta do diplomata Eduardo Saboia tem novos integrantes.
O grupo foi criado ontem para analisar a decisão do então encarregado de negócios da embaixada do Brasil em La Paz de trazer ao país o senador boliviano Roger Pinto Molina, asilado no posto havia 15 meses.
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Novo chanceler defende respeito à hierarquia e obediência dos servidores
Em posse, novo chanceler diz que se inspirará em Antonio Patriota
De acordo com o ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores), a Controladoria-geral da União recomendou a saída dos dois nomes inicialmente escolhidos: o embaixador Clemente de Lima Baena Soares e a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira.
"Eles de alguma forma têm alguma ligação com o tema e então escolhemos outros dois colegas. Portanto, não vai haver nenhum tipo de atraso à sindicância, ela seguirá normalmente", disse em sua primeira entrevista à imprensa. Figueiredo tomou posse hoje em substituição ao embaixador Antonio Patriota, no cargo desde o início do governo da presidente Dilma Rousseff.
Os embaixadores Paulo Estivallet, diretor do departamento econômico do Itamaraty, e Rodrigo do Amaral, diretor do departamento de imigração e assuntos jurídicos, integrarão agora a comissão, sob presidência de Dionísio Carvalhedo Barbos, auditor de carreira da Receita Federal e assessor-especial da Controladoria-Geral da União.
Eles têm prazo de 30 dias para se posicionar sobre a necessidade ou não de abertura de um procedimento administrativo disciplinar --que deve definir a punição caso comprove conduta irregular de servidores.
Questionado sobre sua posição a respeito da conduta de Saboia, Figueiredo preferiu não se posicionar diretamente: "Tudo o que eu disser nessa hora de alguma forma pode dirigir o trabalho da comissão. Não é porque eu não tenha opinião, eu tenho, mas eu acho que não seria nesse instante adequado".
Mais cedo, em discurso de posse, o ministro defendeu o respeito à hierarquia e a obediência dos servidores.
SENADOR BOLIVIANO
O novo chanceler afirmou que caberá ao Palácio do Planalto analisar a situação do senador boliviano. "Quem conduz essa questão é a presidenta Dilma e portanto será feito o que ela determinar", disse ele.
Figueiredo disse ainda que os dois governos "estão em contato permanente".
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