Militares e oposição de Burkina Fasso definem eleições em um ano
Opositores e representantes do governo interino de Burkina Fasso acertaram nesta quarta-feira (5) um calendário de transição política que prevê eleições em novembro de 2015, revelaram representantes dos dois lados ao final de uma reunião em Uagadugu.
Apesar do acordo, os negociadores não chegaram a um consenso sobre quem será o líder do governo de transição, acrescentaram as fontes.
O acordo, negociado com a mediação dos presidentes de Gana, Senegal e Nigéria, prevê a criação de um "governo de transição durante o período de um ano" e "a realização de eleições presidenciais e legislativas" em novembro de 2015.
Os três líderes –o ganense John Dramani Mahama, o senegalês Macky Sall e o nigeriano Goodluck Jonathan– realizaram a mediação entre uma oposição exaltada após a deposição do ditador Blaise Compaoré, agora no exílio, e o atual mandatário, tenente-coronel Isaac Zida, que prometeu entregar o poder aos civis.
Issouf Sanogo - 5.nov.2014/AFP | ||
Líderes africanos se reúnem com oposição de Burkina Fasso em Uagadugu |
As partes concordaram em restabelecer a vigência da Constituição, que havia sido suspensa pelo Exército após o golpe, e em designar "uma eminente personalidade civil para liderar a transição", mas não chegaram a um nome de consenso.
As conversações, em um hotel da capital, foram tensas em certos momentos e representantes da sociedade civil e da oposição chegaram a abandonar a sala para exigir a saída de alguns integrantes da delegação do governo interino ligados ao antigo regime.
O objetivo inicial da reunião era que cada delegação indicasse três nomes de personalidades da sociedade civil para liderar o governo de transição.
Esta decisão pertence "ao povo de Burkina Fasso", disse o presidente de Gana em breve entrevista coletiva, estimando que "em alguns dias será possível obter um acordo para instalar um governo de transição".
A comunidade internacional pressiona Zida para que a transição ocorra no prazo de quinze dias, sob pena de sanções, advertiu a União Africana.
Compaoré renunciou à presidência na sexta-feira passada, após 27 anos no poder, diante de uma onda de protestos contra uma reforma constitucional que lhe permitiria se perpetuar no poder.
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