Família de ambulante morto pela polícia de NY receberá US$ 5,9 milhões
A família do ambulante Eric Garner, 43, morto por asfixia por um policial em julho do ano passado, receberá US$ 5,9 milhões (R$ 18,6 milhões) da Prefeitura de Nova York em acordo extrajudicial, informou nesta segunda-feira (13) o advogado da família.
O acordo foi anunciado dias antes do prazo final para que os familiares de Garner processem a cidade –em outubro, a família já encaminhara uma petição à Justiça, primeiro passo para a abertura de um processo nos EUA.
Na petição, a família reivindicava de Nova York uma indenização de US$ 75 milhões (cerca de R$ 237 milhões) pela morte do ambulante.
Em 17 de julho do ano passado, Garner, suspeito de vender cigarros contrabandeados, foi abordado por policiais no Brooklyn e, após se recusar a ser algemado, imobilizado com uma "gravata" pelo agente Daniel Pantaleo.
Filmado por uma testemunha, o vídeo do incidente mostra que o ambulante gritou 11 vezes que não conseguia respirar antes de perder os sentidos. Ele foi declarado morto logo ao chegar ao hospital.
A divulgação das imagens desencadeou uma série de protestos contra a violência policial, com as últimas palavras de Garner, "não consigo respirar", como slogan.
Apesar de um laudo médico ter mostrado que a "gravata" do policial contribuiu para a morte do ambulante, um júri de Staten Island decidiu, em dezembro, não indiciar Pantaleo pelo crime –o policial alegou ter empregado uma manobra legal para a imobilização do suspeito.
O caso ainda está sob investigação na esfera federal.
CONTROLADORIA
O acordo com a família de Eric Garner foi anunciado pelo chefe da Controladoria de Contas de Nova York, Scott Stringer –responsável por fiscalizar as contas da cidade, o chefe do órgão é eleito para um mandato de quatro anos, com direito a duas reeleições.
"Após uma revisão criteriosa do caso, pudemos chegar a um acordo com a família de Eric Garner que atende aos interesses de todas as partes", disse Stringer em comunicado nesta segunda-feira.
Embora Nova York tenha um departamento jurídico responsável por lidar com processos contra a cidade, o chefe da Controladoria de Contas tem autonomia para propor esse tipo de acordo.
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