Avião da EgyptAir enviou alerta de fumaça, confirma França
O avião da EgyptAir que caiu no Mediterrâneo com 66 pessoas a bordo na quinta (19) enviou vários alertas indicando a detecção de fumaça a bordo antes de desaparecer dos radares, disseram investigadores franceses neste sábado (21).
Um porta-voz da BEA, a agência de investigação de acidentes aéreos da França, disse que os sinais não indicam o que causou a fumaça ou o fogo dentro do voo MS804, que ia de Paris, na França, ao Cairo, capital do Egito.
A informação traz as primeiras pistas sobre o que aconteceu no avião antes de cair no mar.
Segundo uma fonte de aviação, um incêndio provavelmente desataria múltiplos sinais de alerta, enquanto uma explosão repentina poderia não causar nenhum —apesar disso, as autoridades afirmam que nenhum cenário, incluindo uma explosão, está sendo descartado.
O porta-voz da agência investigativa francesa, Sebastien Barthe, disse que as mensagens automáticas, chamadas de Acars, normalmente indicam um princípio de incêndio a bordo, mas ressaltou, contudo, que a causa do desaparecimento da aeronave ainda é desconhecida.
Outras fontes não descartam uma bomba, em um suposto ataque terrorista. No entanto, nenhum grupo terrorista reivindicou a responsabilidade pelo desastre.
"Nós não estamos tirando conclusões disso. Tudo é pura conjectura", disse Barthe.
A informação sobre os sinais de alerta havia sido antecipada na sexta (20) pelo "Aviation Herald", site especializado em aviação, mas a declaração da BEA é a primeira confirmação oficial.
Segundo o site, os alertas foram dados quatro minutos antes de a aeronave desaparecer. Entre eles, ainda de acordo com o site, estão (1) a detecção de fumaça no banheiro, indício de fogo a bordo; (2) fumaça nos aviônicos, sistemas elétricos e eletrônicos essenciais para o voo; (3) falha no piloto automático (na altitude de 11 mil metros, o avião estava em piloto automático); (4) falha no controle automático de aceleração (autothrust).
O Airbus A320 voava na fase mais segura de um voo, sob tempo bom e conduzida por tripulação experiente, quando repentinamente virou 90 graus à esquerda, depois 360 graus à direita e caiu de 38 mil pés (11.582 metros) para 15 mil pés (4.572 metros) e então desapareceu a 10 mil pés (3.048). O piloto não comunicou nenhum problema.
"Tudo isso começa a mostrar que, provavelmente, não se tratou de um sequestro, que, certamente, não houve luta na cabine e que, possivelmente, tratou-se de um incêndio a bordo. Mas não sabemos se foi um problema técnico, um curto-circuito ou uma bomba que explodiu", afirmou o inglês Philip Baum, especialista em aeronáutica ouvido pela BBC.
Especialistas dizem que as respostas só serão encontradas na caixa-preta do avião, que grava as informações do voo, da aeronave e as conversas na cabine dos pilotos.
Equipes de resgate do Egito, Grécia, Reino Unido, França, Estados Unidos e Chipre buscam por pistas no Mediterrâneo com aviões e navios.
Na sexta, o governo do Egito anunciou que a marinha do país encontrou destroços e objetos pessoais dos passageiros do voo MS804 a 290 quilômetros ao norte de Alexandria.
As autoridades egípcias encontraram flutuando no mar malas, assentos de avião e partes de corpos que podem ser das vítimas da queda.
Neste sábado, o Exército publicou, em sua página oficial no Facebook, fotos dos itens recuperados, incluindo destroços azuis e brancos com marcas da EgyptAir, tecido de assento com desenho nas cores da companhia aérea e um colete salva-vidas amarelo.
Editoria de arte/Folhapress | ||
Avião Airbus A320 |
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