Seul reclama de falta de aviso dos EUA sobre expansão de escudo antimíssil
Shon Hyung-joo - 27.abr.17/Yonhap/Associated Press | ||
Soldados trabalham na instalação do escudo antimísseis Thaad em Seongju, na Coreia do Sul |
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, diz ter ficado "chocado" ao saber da expansão de um sistema antimísseis dos Estados Unidos no país e ordenou a abertura de um inquérito para apurar por que não foi informado da decisão.
"O presidente Moon disse que foi muito chocante" ser surpreendido sobre a instalação de novos lançadores de mísseis, declarou nesta terça-feira (30) o porta-voz do governo, Yoon Young-chan.
O sistema antimíssil norte-americano Thaad começou a ser instalado na Coreia do Sul em abril, com o transporte de dois lançadores para combater a crescente ameaça de mísseis da Coreia do Norte. Posteriormente, foram instalados quatro novos lançadores.
Durante sua bem-sucedida campanha para a eleição presidencial de 9 de maio, Moon prometeu pedir ao Parlamento uma revisão do sistema antimísseis. O presidente, de centro-esquerda, defende uma abordagem diplomática para conter a tensão com o regime de Pyongyang.
Após a reclamação de Moon, o Pentágono disse que tem sido "muito transparente" com a Coreia do Sul sobre a instalação do Thaad. "Continuamos a trabalhar lado a lado com o governo da República da Coreia e temos sido muito transparentes em todas as nossas ações nesse processo", afirmou o porta-voz do Pentágono, Jeff Davis.
Os Estados Unidos mantém 28.500 soldados na Coreia do Sul e têm um acordo de defesa mútua com o país desde a Guerra da Coreia, que terminou em 1953 sem um acordo de paz, deixando a península Coreana tecnicamente em estado de guerra desde então.
A instalação do Thaad na Coreia do Sul irrita a China, que considera o sistema antimísseis uma ameaça à estabilidade da região.
Nas últimas semanas, a Coreia do Norte realizou vários testes bem-sucedidos de lançamento de mísseis, demonstrando a avanço de seu programa nuclear. O regime do ditador Kim Jong-un diz ser capaz de atingir os Estados Unidos com um míssil intercontinental, mas não se sabe se o país conta com tecnologia para fazê-lo de fato.
Ante as crescentes ameaças de Pyongyang, os Estados Unidos agendaram para esta terça-feira um teste de seu sistema antimísseis instalado no Estado da Califórnia. O teste tem custo estimado em US$ 244 milhões (R$ 800 milhões) e o último lançamento do tipo foi realizado em 2014.
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